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Skate adaptado pode ajudar bebês prematuros a desenvolver habilidades motoras

Estudo francês envolveu 44 crianças e ainda não foi revisado por outros cientistas – mas os resultados são promissores. Confira.

Por Luisa Costa
Atualizado em 26 abr 2023, 17h38 - Publicado em 26 abr 2023, 17h34

Bebês prematuros podem apresentar atrasos em seu desenvolvimento, principalmente em relação às habilidades motoras. Quanto mais antecipado é o parto, maiores são os riscos. Estima-se que um terço das crianças que nascem antes das 32 semanas (o oitavo mês) de gestação levam mais tempo para aprender a pegar objetos, engatinhar e andar.

Como ajudá-los? Colocando-os em cima de um skate.

Não exatamente um skate da Rayssa Leal, é bom adiantar. Trata-se de um modelo adaptado, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Paris e do Hospital Paris Saint-Joseph. A ideia é que os bebês fiquem deitados, de barriga para baixo, e presos ao dispositivo para que não caiam no chão. Com essa pequena elevação (e a ajuda de rodinhas), eles podem se impulsionar para frente com os braços e as pernas.

Os pesquisadores afirmam que uma das razões para as dificuldades de bebês prematuros com as habilidades motoras é o fato de que eles tiveram menos tempo para desenvolver seus músculos e praticar o movimento de seus membros dentro do útero. O skate médico os ajudaria nesse processo logo após o nascimento.

Manobra radical

No estudo francês, 44 bebês muito prematuros, de quatro unidades de terapia intensiva neonatal, foram colocados em três grupos aleatórios. No primeiro, os bebês usaram o skate por 5 minutos diários durante 8 semanas. As crianças do segundo grupo ficaram deitadas de bruços em um colchonete, com a mesma frequência. As do terceiro fizeram exames de rotina, sem intervenções.

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Resultado: os bebês do primeiro grupo eram consideravelmente mais propensos a desenvolver o controle da cabeça aos dois meses de idade, engatinhar aos nove e ficar de pé aos doze – ou seja, alcançar o desenvolvimento considerado normal das habilidades motoras. Durante as sessões, eles conseguiram se locomover por até 1,4 metros em cima do skate, uma distância que surpreendeu os pesquisadores.

O estudo foi pré-publicado online e ainda não passou pela revisão por pares – uma etapa importante da produção de conhecimento científico, em que cientistas não envolvidos no estudo em questão avaliam, por exemplo, a metodologia utilizada e os resultados alcançados. Isso significa que o skate adaptado, claro, ainda está longe de se tornar uma terapia real.

Agora, a equipe está conduzindo um teste maior, que incluirá mais de 100 bebês muito prematuros – alguns com danos cerebrais, diferente do primeiro experimento – e deve ajudar a entender se o skate pode mesmo prevenir ou reduzir deficiências motoras.

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