Sonda chinesa Tianwen-1 entra na órbita de Marte
Missão, que planeja pousar no solo marciano a partir do mês de maio, pretende investigar região pouco explorada do planeta vermelho.
Um dia após os Emirados Árabes colocarem a sonda Esperança na órbita de Marte, foi a vez da China repetir o feito. O país asiático divulgou nesta quarta-feira (10) que a missão Tianwen-1 teve sucesso no processo de entrada na órbita do planeta vermelho. As duas nações, agora, se somam à lista dos seis programas espaciais que alcançaram a façanha – que conta também com Estados Unidos, Rússia, Índia e ESA (a Nasa europeia).
Lançada em 23 de julho de 2020, a Tianwen-1 viajou pelo espaço por 202 dias e 475 mil quilômetros até chegar bem próximo a Marte. Segundo a CNSA, a agência espacial chinesa, os motores foram acionados para o início do processo de entrada na órbita marciana nesta quarta-feira às 8h52 (horário de Brasília). Após 15 minutos, freando, a nave ficou lenta o suficiente para ser capturada pela gravidade de Marte.
Desde então, o orbitador da Tianwen-1 passou a girar em uma trajetória elíptica ao redor do planeta. No ponto mais baixo da órbita, a sonda fica a meros 400 metros de distância da superfície marciana.
#BREAKING China's first Mars probe Tianwen-1 has successfully entered the orbit of the red planet after a crucial “brake” to decelerate and be captured by Mars gravity, according to #CNSA. pic.twitter.com/jx2TaN9Z8l
— CGTN (@CGTNOfficial) February 10, 2021
Estima-se que a missão levará cerca de 10 dias terrestres para completar uma volta em torno de Marte. Enquanto aproveita o passeio, a Tianwen-1 deverá usar suas câmeras potentes e outros instrumentos de análise para fazer medições do solo, campo magnético, atmosfera e clima marcianos – e, também, para a tarefa de encontrar o melhor local para pouso.
A ideia é aterrissar em Marte para continuar com as coletas e análises, o que deve acontecer entre os meses de maio e junho. Se a missão for bem sucedida, a China se tornará o segundo país a tocar o solo de Marte, atrás apenas dos Estados Unidos.
A China estuda tocar o solo do planeta vermelho em Utopia Planitia, região com relevo plano ainda pouco explorada por missões de outros países. Pesquisas anteriores apontaram que o local, formado após a queda de um asteroide, pode ter sido um lago ou um oceano, no início da formação de Marte. Um rover – robô motorizado projetado para se mover na superfície de planetas – será usado na missão. O carrinho tem 250 kg, e foi projetado para durar cerca de três meses.
A comunicação entre a Tianwen-1 e a Terra é possível graças a um telescópio capaz de captar ondas de rádio. Ele tem uma antena gigante, com 70 metros de diâmetro, e fica na cidade chinesa de Tianjin, ao norte do país. O delay entre a coleta de informações marcianas pela missão chinesa até sua chegada a cientistas é de pouco menos de 11 minutos. Nada mal para uma viagem que pode ser de até 40 milhões de quilômetros – a distância máxima que Marte fica da Terra.