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Sonda TESS descobre seu 1º exoplaneta do tamanho da Terra

Cientistas utilizaram dados da sucessora do telescópio Kepler para encontrar astro com dimensões semelhantes às da Terra a 53 anos-luz daqui.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 16 abr 2019, 20h30 - Publicado em 16 abr 2019, 18h37

Uma sonda bastante promissora decolou em abril de 2018: a TESS, encarregada de descobrir 10 mil exoplanetas (isto é, planetas que orbitam outras estrelas) em dois anos. Ela é a sucessora do vovô Kepler, o primeiro telescópio espacial a fazer esse tipo de pesquisa. O Kepler foi desativado seis meses após a chegada de sua herdeira.

Agora, a TESS começou a entregar: a sonda acaba de descobrir seu primeiro mundo alienígena de tamanho similar ao da Terra.

O principal objetivo da missão é encontrar exoplanetas com dimensões que variam entre a terrestre e a netuniana, ao redor de estrelas relativamente próximas do Sol.

Com essas informações, os cientistas conseguem estudar a arquitetura e evolução de outros sistemas solares e encontrar “Terras” alternativas e potencialmente habitáveis por aí.

Mais de 200 mil estrelas serão monitoradas pelas quatro câmeras da TESS. Pequenas oscilações de brilho em um sol distante podem significar que um planeta está passando em frente a ele e bloqueando temporariamente parte de sua luz – uma técnica chamada de trânsito planetário.

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Foi assim que a sonda encontrou HD 21749c, um exoplaneta com 80% do raio da Terra – mas que leva apenas oito dias para completar uma órbita em torno da estrela.

O objeto fica a 53 anos-luz daqui. “Medir a massa e a composição exatas de um planeta tão pequeno vai ser desafiador, mas é importante para comparar HD 21749c à Terra”, disse em comunicado Sharon Wang, astrônoma que colaborou com o estudo.

Junto de outros colegas do Instituto Carnegie, de Washington, nos Estados Unidos, a pesquisadora já havia ajudado a caracterizar um outro planeta naquele mesmo sistema solar. Só que ela havia feito isso aqui da superfície da Terra, mesmo. 

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Ela usou um instrumento chamado Planet Finder Spectrograph (PFS), acoplado em um dos telescópios do Observatório Las Campanas, no Chile. O PFS revela alguns segredos sobre exoplanetas através do método da velocidade radial: mede o puxãozinho gravitacional que o planeta provoca na estrela. Assim, determinam a massa – sem ela, não daria para descobrir a densidade ou a composição química.

Chamado de HD 21749b, o objeto tem três vezes o tamanho da Terra e 23 vezes a massa, completando a cada 36 dias uma órbita em torno de sua estrela, localizada na constelação do Retículo. A temperatura em sua superfície é de 150 graus Celsius. “Esse planeta possui uma densidade maior que a de Netuno, mas não é rochoso. Pode ser um planeta de água ou ter outro tipo de atmosfera substancial”, explica Diana Dragomir, autora do artigo e astrofísica do MIT, instituição que participou da construção da sonda e ajuda a operá-la.

Os resultados sobre ambos os exoplanetas foram publicados nesta segunda (15) no The Astrophysical Journal Letters. A expectativa é que, graças às pistas reveladas pela TESS, telescópios potentes no espaço e no solo vão poder apontar para os alvos mais promissores e fazer uma caracterização muito mais detalhada desses mundos distantes.

“Em estrelas muito próximas e muito brilhantes, nós esperávamos encontrar algumas dúzias de planetas do tamanho da Terra”, disse Dragomir. “E cá estamos – este é o nosso primeiro, e é um marco para a TESS. Ele abre o caminho para encontrar planetas menores ao redor de estrelas ainda menores, e esses planetas podem ser potencialmente habitáveis.” Ou seja: nunca estivemos tão perto de encontrar uma segunda Terra no espaço.

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