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Sondas japonesas pousam no asteroide Ryugu – e já mandaram fotos

As sondas Minerva 1 e 2, com 7 centímetros de altura, levam 7 câmeras para fotografar o asteroide – que pode entrar em rota de colisão com a Terra um dia.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 set 2018, 16h05 - Publicado em 25 set 2018, 15h42

A Nasa é responsável por construir, lançar e operar a maior parte das sondas não tripuladas que exploraram o Sistema Solar nas últimas décadas – a última delas foi a Parker, que decolou rumo ao Sol mês passado. Mas há exceções ao monopólio dos americanos. Por exemplo: em 2004, a agência espacial europeia, conhecida pela sigla ESA, lançou a sonda Rosetta, que colheu dados de um cometa chamado 67P/Churyumov-Gerasimenko.

Agora foi a vez do Japão conquistar um pedacinho do céu. A sonda Hayabusa 2, 100% nipônica, chegou em 27 de junho ao asteroide 162173 Ryugu, localizado entre Marte e Júpiter. Passou alguns meses dando voltas em torno do corpo de 1 quilômetro de diâmetro e, na última sexta (21), colocou em prática seu truque mais ousado: lançou dois pequenos veículos, chamados Minerva-II-1 e Minerva II-2, que pousaram sem incidentes.

Sonda japonesa no asteroide Ryugu
Imagem feita pela Hayabusa 2 quando estava prestes a soltar a dupla de sondas menores. É possível ver sua sombra na superfície do asteroide. (Japan Aerospace Exploration Agency (JAXA)/Reprodução)

As Minervas-II 1 e 2 são cilindros de 18 centímetros de diâmetro e 7 centímetros de altura, e pesam 1,1 kg cada uma (você pode vê-las na imagem do começo da nota). Uma delas carrega quatro câmeras, a outra, três. A ideia é que elas façam uma espécie de Google Street View de Ryugu, tirando fotos em diversos ângulos para depois combiná-las em uma única visualização. Elas também possuem sensores de temperatura, entre outros equipamentos científicos.

Sonda japonesa no asteroide Ryugu
Esta é a primeira foto enviada por Minerva-II 1, logo após o pouso. Borrado, sem dúvida. Mas por um bom motivo: ela estava dando um de seus pulinhos no momento exato do clique. Foi assim que os cientistas aqui na Terra comprovaram que os sistemas de locomoção estavam funcionando. (Japan Aerospace Exploration Agency (JAXA)/Reprodução)
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A dupla de pequenas pioneiras foi descrita na mídia com a palavra rover – que normalmente se refere a veículos com rodas, como os jipinhos de três eixos Curiosity e Opportunity que exploram Marte. Mas o termo não faz juz ao método de locomoção escolhido pelos japoneses: as duas se aproveitam da baixa gravidade do pedregulho para pular por aí, feito cangurus. 

Ryugu não foi escolhido como objetivo da missão à toa. O asteroide tem grandes chances de entrar em rota de colisão com a Terra num futuro distante, e investigá-lo a fundo é importante para evitar que isso aconteça. A agência espacial japonesa, chamada Jaxa, já tinha alguma experiência em lidar com pedrinhas cósmicas: em 2005, a sonda Hayabusa 1, precursora da missão atual, havia tentado coletar amostras da superfície de outro asteroide, chamado Itokawa. Não conseguiu, mas voltou à Terra em segurança – o que, por si só, foi um feito tecnológico importante para um país sem tanta tradição em viagens interplanetárias. 

Sonda japonesa no asteroide Ryugu
Ryugu, visto de perto, é cinza e só. Mas não julgue o livro pela capa. (Japan Aerospace Exploration Agency (JAXA)/Reprodução)
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