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Telescópio James Webb poderá (quase) enxergar o começo do Universo

O novo telescópio espacial da Nasa, que foi lançado com sucesso no último dia 25, será capaz de detectar radiação infravermelha que viajou por 13,6 bilhões de anos-luz – e investigar eventos que aconteceram logo após o Big Bang, há cerca de 13,8 bilhões de anos.

Por Luisa Costa
Atualizado em 1 ago 2022, 19h09 - Publicado em 27 dez 2021, 17h57

Na manhã do último dia 25, o lançamento bem sucedido do Telescópio Espacial James Webb (JWST) marcou o início de uma das missões da Nasa mais esperadas das últimas décadas. Considerado o sucessor do Telescópio Espacial Hubble, lançado em 1990, o JWST promete transformar a forma como estudamos o Universo.

O James Webb será capaz de detectar radiação infravermelha que viajou no espaço por 13,6 bilhões de anos-luz. Assim, poderá investigar eventos que aconteceram logo após o Big Bang, há cerca de 13,8 bilhões de anos – observando como eram algumas das primeiras galáxias e estrelas.

Com o telescópio, os cientistas pretendem estudar como as galáxias e os sistemas planetários se formaram e evoluíram. Ele também poderá observar buracos negros, supernovas e todo tipo de objeto cósmico distante. Thomas Zurbuchen, da Diretoria de Missões Científicas da NASA, não descarta a possibilidade de encontrarmos eventos e objetos inesperados. “Sem dúvida, veremos surpresas… do tipo com que só podemos sonhar agora”, afirmou ao site The Verge.

O James Webb decolou a bordo de um foguete Ariane 5, da Agência Espacial Europeia (ESA), a partir de uma base espacial na Guiana Francesa. Com espelho principal de 6,5 metros de diâmetro, ele é o maior telescópio já lançado ao espaço – e grande demais para caber em um foguete. Por isso, ele viaja dobrado ao espaço e vai se desdobrando lentamente até atingir sua configuração final, quando estiver a 1,5 milhão de quilômetros de nós.

Há várias etapas pela frente. Por enquanto, o telescópio já ativou seu painel solar para obter energia do Sol e está ligando a antena para comunicação com a Terra. É possível acompanhar o andamento das etapas e a trajetória do telescópio em um rastreamento que a Nasa disponibiliza neste link.

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Depois desses procedimentos automáticos, virão outros controlados por cientistas na Terra, como a de estruturas que vão configurar o funcionamento do telescópio. Também será implantado uma espécie de escudo ao redor do JWST, que funcionará como protetor solar e permitirá que o telescópio não superaqueça.

Formado por 18 espelhos hexagonais que lembram uma colmeia, o espelho primário vai ser uma das últimas partes do telescópio a se ajeitar no espaço. Então, daqui a cerca de um mês, o JWST vai disparar seus propulsores e se colocar em sua órbita final.

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Enquanto o Hubble orbita a Terra, o James Webb vai orbitar o Sol. Ele viajará por 1,5 milhão de quilômetros até atingir o chamado segundo ponto de Lagrange ou L2. Esse é um dos cinco pontos espaciais definidos pelo matemático italiano Joseph-Louis de Lagrange que são intersecções gravitacionais. 

Funciona assim: no L2, por exemplo, as forças gravitacionais da Terra e do Sol se cancelam, então um objeto pode ficar “estacionado” e permanecer por ali sem muito esforço. É o caso da sonda espacial WMAP da Nasa, e também será o caso do James Webb.

Quando o JWST atingir esse ponto, ele ficará alinhado com a Terra enquanto ela se move ao redor do Sol – como você pode ver no vídeo abaixo. Assim, a proteção solar do telescópio poderá bloquear luz e calor tanto do Sol quanto da Terra e da Lua.

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O James Webb foi idealizado em 1996 e, desde então, recebeu um investimento de cerca de US$ 10 bilhões. Ele ficará em órbita no ponto L2 até o fim de suas atividades, daqui a cinco ou dez anos, quando ficará sem combustível.

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