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Um rádio para falar com ETs

Em 1893 apareceu em São Paulo um padre gaúcho que trazia debaixo do braço um misterioso embrulho. Carregava as peças de uma engenhoca com a qual, dizia, poderia falar com qualquer um a quilômetros de distância, sem fios. A invenção era chamada de transmissor de ondas, porque usava ondas de rádio para transmitir sons. No […]

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 31 mar 2000, 22h00
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  • Em 1893 apareceu em São Paulo um padre gaúcho que trazia debaixo do braço um misterioso embrulho. Carregava as peças de uma engenhoca com a qual, dizia, poderia falar com qualquer um a quilômetros de distância, sem fios. A invenção era chamada de transmissor de ondas, porque usava ondas de rádio para transmitir sons.

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    No mesmo ano, o padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissão pública de rádio do mundo. Sua voz, emitida num aparelho na Avenida Paulista, atravessou 8 quilômetros e foi bem ouvida num receptor no bairro de Santana. O inventor italiano Guglielmo Marconi, aclamado como o criador do rádio, só faria o seu aparelho em 1895, dois anos depois.

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    A experiência de Landell deu tão certo que foi noticiada até pelo Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro. Em 1904, o padre tirou a patente da idéia nos Estados Unidos, a terra das inovações tecnológicas, onde foi notícia do jornal New Your Herald. Em 1905, voltou certo de que o governo iria adotar o seu transmissor. Escreveu para o então presidente Rodrigues Alves e pediu dois navios da Marinha para uma demonstração pública. Mas, ao ser interrogado sobre qual distância a transmissão deveria cobrir, não vacilou: “A máxima possível. Meus aparelhos podem estabelecer comunicação com quaisquer pontos do planeta. No futuro servirão até mesmo para comunicações interplanetárias”.

    O exagero lhe custou caro. Consta que um oficial teria dito ao presidente: “Excelência, esse padre é maluco. Ele quer falar com seres de outro planeta”. A experiência não foi realizada e Landell acabou marginalizado. Desiludido, destruiu os aparelhos e voltou a se dedicar exclusivamente ao sacerdócio. Em 1924, disse a um jornal: “Estou feliz. Eu sempre vi nas minhas descobertas uma dádiva de Deus.”

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    Palestras para o imperador

    Dizem que o inventor do rádio nasceu em Porto Alegre em janeiro de 1861. Dizem, porque quase tudo o que se sabe sobre a biografia de Roberto Landell de Moura vem de depoimentos de parentes e de gente que o conheceu, o que é pouco. Os relatos são confiáveis para se saber que Landell saiu do Rio Grande do Sul, aos 18 anos, para estudar física no Rio de Janeiro. De lá foi para o seminário em Roma, onde foi ordenado padre em 1886.

    No mesmo ano voltou ao Rio, para ser pároco da bela igreja do Outeiro da Glória. Conheceu o imperador dom Pedro II e, veja só, chegou a dar-lhe palestras sobre ciências. Em 1892 foi transferido para São Paulo. Aí, no ano seguinte, concluiu o projeto do “transmissor de ondas” e fez a primeira transmissão na Avenida Paulista. Depois disso, inventou também um telégrafo e um telefone sem fio, para os quais obteve patentes nos Estados Unidos em 1904 – que só eram válidas até 1921. Na volta, ninguém deu bola às suas criações. Morreu em 1928, sem ser reconhecido por seus inventos.

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