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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

A “internet para todos” vai funcionar em São Paulo?

As eleições estão pegando fogo, e aqui em SP a internet entrou na campanha eleitoral: enquanto Marta promete acesso de graça para todo mundo, sem fios, Kassab diz que o projeto é caro demais. Mas e aí? Qual é a real? Vamos lá. 1. Custa caro mesmo. Os americanos se apaixonaram pela idéia, e começaram […]

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 ago 2024, 10h48 - Publicado em 8 out 2008, 15h54

As eleições estão pegando fogo, e aqui em SP a internet entrou na campanha eleitoral: enquanto Marta promete acesso de graça para todo mundo, sem fios, Kassab diz que o projeto é caro demais. Mas e aí? Qual é a real? Vamos lá.

1. Custa caro mesmo. Os americanos se apaixonaram pela idéia, e começaram a montar suas redes públicas. Mas, pouco a pouco, foram desistindo. Tudo porque a iniciativa privada, assustada com os custos, começou a pular fora dos projetos. Se isso inviabilizou a rede de São Francisco, que é a capital do Vale do Silício e tem apenas 700 mil habitantes, imagine como seria na gigantesca São Paulo.

2. A tecnologia é problemática. Para reduzir custos, Marta propõe instalar antenas em 3000 prédios públicos. Se a tecnologia usada for a Wi-Fi, de baixo alcance, isso não dá nem para o começo. Você mora a menos de 100 metros de um hospital, escola municipal ou repartição pública? Não? Então a “internet para todos” não vai pegar na sua casa.

3. Você teria de atualizar seu PC. A outra solução seria utilizar a tecnologia WiMAX, cujo alcance é muito maior. O problema é que ela nunca foi testada em grande escala – a primeira rede WiMAX de fato acaba de ser inaugurada em Baltimore, nos EUA (cidade com 1/7 dos habitantes de São Paulo). E para navegar, é preciso comprar um modem – que, no Brasil, custaria de 400 a 500 reais.

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4. A rede seria lenta e limitada. Você deve estar pensando: 500 reais em troca de internet grátis pelo resto da vida é um ótimo negócio, certo? Mais ou menos. A velocidade dificilmente passaria de 200 Kbps, e muitas coisas seriam bloqueadas – BitTorrent, por exemplo. Lembra das antigas conexões dial-up? Onde já existem, as redes municipais são exatamente assim.

5. Mas o grande obstáculo é outro. Mesmo com todos esses entraves, dá para fazer uma rede pública de internet em São Paulo. E ela poderia levar inclusão digital a muita gente. Só que a Prefeitura não tem capacidade, nem funcionários, para fazer isso – montar e administrar a maior infraestrutura WiMAX do mundo. É claro que haverá algum tipo de licitação, e isso vai acabar nas mãos das telecoms da vida. Que, por sua vez, não têm interesse em investir pesado na rede pública – não a ponto de canibalizar seus serviços pagos.

***
Por tudo isso, a “internet para todos” me parece uma barca furada. Acho que nem precisamos dela. Quando a Telebrás foi privatizada, 10 anos atrás, foi criado um fundo para “universalizar” a telefonia – que, hoje, tem mais de R$ 6 bilhões em caixa. Em vez de montar uma rede pública gigante, cara e problemática, por que não usar essa grana para levar a net a quem realmente precisa? Só uma sugestão.

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