Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Bruno Garattoni

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
Continua após publicidade

A variante “Deltacron”, que supostamente combina Delta e Ômicron, realmente existe?

Ela teria sido identificada em 25 pacientes no Chipre, um país no Mar Mediterrâneo. Mas cientistas dizem que pode ser apenas um erro de sequenciamento genético. Veja por que.

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 set 2024, 10h31 - Publicado em 10 jan 2022, 09h18

Ela teria sido identificada em 25 pacientes no Chipre, um país no Mar Mediterrâneo. Mas cientistas dizem que pode ser apenas um erro de sequenciamento genético. Veja por que.  

A variante Ômicron é muito mais contagiosa do que as antecessoras, e por isso o mundo tem batido sucessivamente o recorde de casos diários de Covid-19. Ela também é menos letal, e por isso os números de mortes não acompanharam a explosão de casos. Mas, desde que a Ômicron surgiu, há o receio de que novas mutações, ou a recombinação genética dessa variante com outra, possam dar origem a uma Ômicron mais mortal – o que, dada a extrema facilidade que ela tem em se espalhar, poderia levar a pandemia a um estágio mais grave, talvez pior do que os piores momentos de 2020 e 2021.

O temor pareceu ter se concretizado neste final de semana, quando surgiu a notícia da suposta variante “Deltacron”, que combina Delta e Ômicron. Ela foi reportada pelo virólogo Leondios Kostrikis, da Universidade do Chipre (ilha com 1 milhão de habitantes no Mar Mediterrâneo). Kostrikis e sua equipe teriam identificado 25 casos da variante, que apelidaram de “Deltacron”. Eles sequenciaram – decodificaram – o código genético das amostras e o enviaram para o GISAID, um banco de dados internacional que centraliza as sequências genéticas de todas as variantes do coronavírus. 

Foi o suficiente para espalhar mais uma onda de pânico. Afinal, uma combinação da alta transmissibilidade da Ômicron e da agressividade/letalidade da Delta poderia ser terrível. Mas talvez a coisa não seja bem o que parece – e a tal “Deltacron” não exista, sendo apenas um erro nos testes de sequenciamento genético. O primeiro a levantar essa possibilidade foi o virologista Tom Peacock, da Imperial College London: segundo ele, “claramente parece ser contaminação” das amostras testadas. 

A máquina de sequenciamento genético da Universidade do Chipre não teria sido adequadamente limpa e esterilizada, e conteria resíduos de amostras anteriores – que teriam se misturado durante a leitura das novas, gerando a falsa identificação de uma nova variante. O biólogo americano Eric Topol, diretor do Scripps Research Institute, foi pela mesma linha: disse que o suposto novo vírus “não é uma variante real”.

Continua após a publicidade

Isso supostamente é revelado pelo próprio código genético, que contém um trecho intacto da Ômicron “colado” sobre a Delta – sem as alterações que seriam esperadas num caso de recombinação. E ele aparece num pedaço da Delta que é especialmente difícil de ler – e já causou erros de sequenciamento similares.  

Kostrikis se defendeu dizendo que a “Deltacron” não é um erro de laboratório, e o sequenciamento foi feito em várias máquinas, inclusive fora do Chipre – o que afastaria a possibilidade de todas elas estarem contaminadas por amostras antigas. Mas não explicou como, quando e para quais laboratórios de sequenciamento a “Deltacron” teria sido enviada. Talvez o mais importante seja que, segundo ele próprio, a suposta nova variante não parece capaz de competir com a Ômicron – e tende a desaparecer. Dos 25 pacientes infectados, 11 estavam hospitalizados e 14 se recuperavam em casa. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.