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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

CIA planejou acidente aéreo para matar Raul Castro em 1960

Documento ultraconfidencial, liberado pela Lei de Acesso à Informação, revela plano envolvendo piloto do avião que transportou o irmão de Fidel Castro

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Atualizado em 6 set 2024, 09h33 - Publicado em 5 Maio 2021, 14h31

Documento ultraconfidencial, liberado pela Lei de Acesso à Informação, revela plano envolvendo piloto do avião que transportou o irmão de Fidel Castro 

“Pagamento de dez mil dólares após a conclusão bem-sucedida”, a título de “riscos corridos para armar o acidente”. É assim que a CIA justifica, em um documento ultraconfidencial dos anos 1960, o financiamento de um plano para matar Raul Castro, irmão de Fidel Castro e líder militar da Revolução Cubana. O dinheiro seria entregue ao piloto do avião que transportaria Raul de Havana até Praga, na República Tcheca (que na época se chamava Tchecoslováquia, e era parte da URSS).

O documento, enviado da base da CIA em Havana para a sede da agência em Langley, na Virgínia, foi revelado pela Lei de Acesso à Informação (FOIA) em 1975. E republicado pela Universidade George Washington por ocasião da aposentadoria de Raul Castro, que deixou o governo cubano no final de abril. 

O plano surgiu depois que o piloto, o cubano Jose Raul Martinez, avisou seu contato local na CIA, o americano William J. Murray, que ele iria comandar o avião levando Castro – que decolaria de Havana em 21 de julho de 1960. Os dois pensaram em como fabricar um acidente, e consideraram duas possibilidades que poderiam “passar como acidentais”: provocar uma falha de motor logo após a decolagem ou jogar o avião no mar, três horas após o início do voo. 

O documento não revela como Martinez se tornou informante e agente da CIA, nem especifica o que ele faria para se salvar do acidente (pulando de paraquedas do avião, por exemplo). Mas afirma que ele se mostrou preocupado com o plano, e exigiu que além do pagamento -equivalente a US$ 90 mil em valores atuais- os americanos custeassem os estudos de seus dois filhos até a faculdade, caso ele morresse. A CIA aceitou. 

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No dia 21, com o avião já no ar, a sede em Langley enviou outra ordem para a base em Havana: abortar o plano. “Não prossiga”. Mas o avião já estava voando, e não havia como contactar Martinez sem expor a conspiração. Ele acabou tomando sua própria decisão, e não derrubou o avião. 

Poucas semanas depois, os EUA começaram a planejar a invasão de Cuba através da Baía dos Porcos, na costa Sul da ilha. O objetivo era matar Fidel Castro e encerrar a Revolução Cubana – que havia derrubado o regime de Fulgencio Batista, apoiado pelos EUA, dois anos antes. 

Em 17 de abril de 1961, seis batalhões de agentes paramilitares, totalizando 1.400 homens, saíram de bases americanas na Guatemala e na Nicarágua em direção a Cuba, que havia sido atacada por oito bombardeiros B-26 dois antes. Os cubanos resistiram, houve batalha em solo, e o plano chegou ao conhecimento da opinião pública internacional, com má repercussão – que levou o presidente americano John Kennedy a descartar novos bombardeios. No dia 20 de abril, os paramilitares se renderam aos cubanos, e a tentativa de invasão terminou.   

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