Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90/mês
Imagem Blog

Bruno Garattoni

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

“Fungo negro” associado à Covid-19 avança na Índia, com 30 mil casos e 2 mil mortes

Mucormicose destrói tecidos do rosto, deixando a vítima desfigurada, e também pode atacar o cérebro, levando à morte; número de infectados pela doença, que se manifesta quando o sistema imunológico está fragilizado, cresceu 6.000% em um mês

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 set 2024, 09h31 - Publicado em 22 jun 2021, 14h13

Mucormicose destrói tecidos do rosto, deixando a vítima desfigurada, e também pode atacar o cérebro, levando à morte; número de infectados pela doença, que se manifesta quando o sistema imunológico está fragilizado, cresceu 6.000% em um mês

Os fungos do gênero Mucor costumam estar presentes no solo e também, em menor quantidade, no ar. Normalmente, não causam doenças. Mas, quando a pessoa está com baixa imunidade, o fungo pode se reproduzir de forma mais agressiva e levar à mucormicose, uma doença que ataca os pulmões, a pele, os olhos, os ossos do rosto e o sistema gastrointestinal. Ela é muito rara (1,7 caso a cada milhão de habitantes, segundo um levantamento feito nos EUA nos anos 1990), mas chamou atenção em maio, com o surgimento de uma onda de mucormicose em pacientes de Covid-19 na Índia. Naquele momento, havia aproximadamente 500 casos no país. Agora, um mês depois, o número de infectados cresceu 6.000%: são 31.216, com 2.109 mortes

A mucormicose não é diretamente transmissível de uma pessoa para outra, mas pode passar de forma indireta. Em 2014, cinco crianças morreram da doença em um hospital pediátrico na Louisiana (EUA). O fungo havia sido transmitido, como se constatou depois, por esporos presentes nos lençóis dos pacientes infectados. A doença só acontece, vale repetir, se a vítima estiver com imunidade baixa. Em situações normais, o fungo não é patogênico. 

Quando os esporos são inalados, e a imunidade está baixa, o fungo se instala nas vias aéreas superiores. Os sintomas iniciais parecem os da sinusite, com dor de cabeça, congestão nasal, inchaço no rosto e febre. Se a mucormicose não for tratada, ela progride com o aparecimento de lesões escuras – por isso ela é conhecida como “doença do fungo negro”. 

Os Mucor também atacam os ossos da mandíbula e do nariz, e podem afetar os olhos. A imprensa indiana noticiou os casos de três pacientes, de 4, 6 e 14 anos de idade, que perderam um olho cada um. No estágio mais grave da mucormicose, o fungo penetra no sistema nervoso e alcança o cérebro, levando à morte. A taxa média de letalidade é 44%, mas esse dado se refere ao cenário “clássico”, pré-Covid. Na Índia, com a maior incidência da doença, o percentual de mortos foi de 6,7%. 

Continua após a publicidade

A doença é tratável com medicamentos antifúngicos, dos quais o principal é a Anfotericina B – que está em falta na Índia. A mucormicose se manifesta de forma mais agressiva em pacientes com diabetes mal controlada ou cetoacidose diabética, condições em que há excesso de glicose no sangue. A baixa oxigenação do sangue e o uso excessivo de anti-inflamatórios, que podem ocorrer durante a Covid-19 e seu tratamento, também elevam o risco.

No Brasil houve dois casos comprovadamente relacionados à Covid, em São Paulo e Manaus. Também houve um aumento no total geral de casos de mucormicose: neste ano, já foram 29 (contra 36 em todo o ano passado).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.