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Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Os 4 melhores -e os dois piores- lançamentos do Mobile World Congress

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 fev 2018, 14h56 - Publicado em 27 fev 2018, 14h33

Nova versão do Android, notebook com 20 horas de bateria, smartphones que filmam em 4K HDR e tocam música em alta definição. E a cópia chinesa do iPhone X

BARCELONA – O Mobile World Congress é a maior feira de tecnologia da Europa, com 100 mil visitantes e 900 estandes distribuídos por oito pavilhões gigantescos. Tem de tudo, desde os lançamentos mais avançados das gigantes da tecnologia até as coisas mais exóticas e obscuras, mas nem por isso menos interessantes. Vou pular o Galaxy S9, sobre o qual falamos ontem. Vamos lá:

Xperia XZ2 (Bruno Garattoni/Superinteressante)

No estande da Sony, o grande lançamento é o Xperia XZ2: o novo topo de linha da marca, e primeiro celular do mundo a filmar em 4K HDR (High Dynamic Range). A tecnologia HDR, que está começando a se popularizar nas televisões 4K, permite captar e reproduzir imagens com mais brilho e contraste. Ela realmente melhora a imagem –o HDR costuma ter mais impacto, na comparação com vídeos 1080p comuns, do que a própria resolução 4K. Se você vai filmar alguma coisa importante, vale a pena fazer isso em HDR; e o Xperia é o primeiro a permitir. Ele terá duas versões: normal (tela de 5,7 polegadas) e compacta (5”), ambas com processador Snapdragon 845 e 4 gigabytes de RAM. Além de filmar em 4K HDR, a câmera –que é apenas uma, e não duas como na maioria dos novos smartphones– tira fotos de 19 megapixels. Para quem vai filmar bastante, o XZ2 parece ser o melhor celular do mercado hoje.

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O aparelho também usa uma tecnologia desenvolvida pela Sony, a LDAC, que triplica o bitrate das transmissões de áudio Bluetooth. Isso melhora sensivelmente a qualidade de som, mas a melhoria só é ativada com fones de ouvido compatíveis com LDAC (como o ótimo e caro WH-1000XM2, de US$ 370). O smartphone da Sony não tem saída para fones de ouvido comuns, com fio.

V30S Thinq (Bruno Garattoni/Superinteressante)

Já o V30S Thinq, o destaque da LG no Mobile World Congress, é um pouco mais democrático. Ele tem saída para fones com fio, e caprichada: o celular possui quatro conversores digital-analógico (DAC), dois para cada canal de áudio. O sinal de cada dupla de DACs é comparado, somado, e um anula a distorção gerada pelo outro, melhorando o som. O smartphone da LG também é o primeiro compatível com músicas no formato MQA (Master Quality Audio), de alta resolução. E ele tem muita potência: a LG demonstrou o celular conectado a fones Beyerdynamic DT770 (na versão de 250 ohms), que são modelos de estúdio e exigem muita corrente – e estavam tocando surpreendentemente bem conectados ao smartphone.

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Demonstração de áudio do V30S (Bruno Garattoni/Superinteressante)

O celular da LG tem tela de 6” (com resolução de 2880×1440, o que resulta em impressionantes 538 dpi) e duas câmeras traseiras, que segundo a LG usam inteligência artificial para identificar o que estão fotografando e ajustar a imagem – daí o “Thinq” do nome do aparelho. Só um teste em condições controladas poderá dizer se isso faz diferença ou não, e acredita-se que a própria LG vá lançar outro modelo já em Abril. Mas a vocação do V30S é inegável: se você gosta de música e de áudio, ele é o melhor hoje. Proporciona uma qualidade que, até então, você só iria conseguir conectando um DAC/amplificador externo (como o ótimo FiiO Q1) ao seu celular.

Lenovo Miix 630 (Bruno Garattoni/Superinteressante)

A Lenovo/Motorola mostrou seus Moto Snaps, aqueles acessórios que se conectam à traseira do Moto Z e adicionam funções ao smartphone, como altofalantes Bluetooth, impressora de fotos, miniprojetor e até uma câmera semiprofissional da marca sueca Hasselblad. Mas o destaque foi um computador: o Lenovo Miix 630. É um híbrido de tablet e notebook, como tantos outros que apareceram nos últimos anos. Mas tem uma enorme diferença: é o primeiro notebook com processador Qualcomm Snapdragon, o mesmo usado nos smartphones. O Snapdragon consome muito menos energia do que as CPUs tradicionais, da Intel, e por isso promete estender muito a autonomia da bateria – que supostamente chega a quase 20 horas.

O computador roda o Windows 10 completo e é compatível com todos os aplicativos, com um porém: os softwares escritos para a arquitetura x86, da Intel, são rodados por meio de um emulador, o que deve reduzir um pouco seu desempenho. Mas os apps mais básicos, como o navegador Microsoft Edge e o pacote office, já têm versões nativas para a arquitetura ARM, que é a adotada pelo Snapdragon. Os notebooks com processadores Qualcomm (que também serão lançados por outros fabricantes, como HP e Asus) são potencialmente revolucionários – se funcionarem bem, poderão mudar a relação das pessoas com os notebooks. O Miix 630 deve ser lançado nos próximos meses, por 899 euros. É o mesmo preço dos notebooks Intel, que são bem mais potentes – mas, se a bateria do Miix realmente durar 20 horas, ele pode valer a pena. A conferir.

O Google levou seus produtos de hardware, como a caixa de som Google Home, os fones de ouvido Pixel Buds e o smartphone Pixel -cuja foto encabeça este post- para a feira. Eles já estão disponíveis nos EUA, ou seja, não são exatamente lançamentos (e, infelizmente, não têm previsão de chegada ao Brasil). Mas o Google mostrou uma novidade que deverá nos impactar, e bastante: o Android Go, uma versão mais leve do sistema operacional. Ela foi especialmente desenvolvida para os smartphones que têm apenas 1 gigabyte de memória RAM – que ainda são a norma nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

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O Android Go vem com versões mais leves do Chrome, do Gmail, do Google Maps e do YouTube, que ocupam menos espaço e consomem menos memória RAM – um teste rápido, na feira, revelou que o sistema usa cerca de 500 MB para carregar, quase metade do Android tradicional. Sobra mais memória para os apps, e o telefone roda melhor. O Google mostrou vários smartphones, produzidos por marcas como Nokia, Alcatel e ZTE, rodando o novo sistema. Eles devem ser lançados nos próximos meses, com preços em torno de 100 euros. Ainda não há informações sobre a chegada ao Android Go ao Brasil.

Como seu nome sugere, o Mobile World Congress é um evento dedicado à tecnologia móvel: além de smartphones e notebooks, também há transmissores, antenas, servidores, apps, etc. Tem de tudo, da maior empresa de telecomunicações do Cazaquistão (que diz, sem convencer muito, estar “liderando a evolução da tecnologia 5G no mundo”) a clones franceses, ingleses e espanhóis de todos os aplicativos que você possa imaginar. Tem até presenças inusitadas como a da RealNetworks (que desenvolveu o primeiro player de vídeo da internet, na era paleozoica da rede, e hoje tenta sobreviver vendendo um antispam). Mas nada é mais exótico do que o pavilhão chinês, com empresas minúsculas e seus smartphones baratinhos, que se dizem muito melhores do que os desenvolvidos pelas gigantes da tecnologia.

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É o caso da empresa Bluboo, que afirma ter desenvolvido o primeiro celular “turly full screen”, o S2+. O erro de digitação é engraçado e perdoável, pois chama a atenção para um smartphone inusitado, cuja câmera se projeta para fora do aparelho e pode ser girada para frente e para trás para tirar fotos ou selfies – e também personalizada com orelhinhas do Mickey (cujos direitos de imagem, claro, a empresa não licenciou).

Turly unique (Reprodução/Superinteressante)

Os chineses não vendem para usuários finais. Eles estão aqui para tentar encontrar parceiros comerciais, e fazem smartphones com as características e a marca que você quiser – algo que a SUPER comprovou na prática em 2011, quando nos passamos por executivos de telecom para investigar o mundo dos celulares falsificados. Mas poucos fabricantes são tão ousados quanto a Shenzhen Hotwonder Corporation – que se apresenta na feira com o nome comercial de Hotwav. Seu melhor celular, o Symbol X, é uma cópia gêmea do iPhone X, inclusive com o “notch”: aquele recorte que, no smartphone da Apple, abriga as câmeras frontais e o sistema de reconhecimento facial. O clone chinês não tem essa tecnologia, claro; é só uma imitação. Mas os chineses me explicam, todos animados, que o Symbol tem 2 gigabytes de memória RAM, duas câmeras traseiras e tela do padrão IPS, de alta qualidade.

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O “Symbol X” (Bruno Garattoni/Superinteressante)

Pego o telefone e na hora percebo que não é bem assim. O notch simplesmente cobre as notificações do Android, que você não consegue ler. A tela é embaçada, e tão insensível ao toque que lembra as antigas touchscreen resistivas, dos anos 1990. Os aplicativos mal funcionam, o que me causa certa perplexidade até descobrir o motivo. O fabricante diz que o aparelho vem com o Android 8.0 (Oreo). Na verdade, ele está rodando a versão 4.1 – que foi lançada há um trilhão de anos atrás.

***

O jornalista viajou a convite da Vivo

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