Assine SUPER por R$2,00/semana
Imagem Blog

Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
Continua após publicidade

Pandemia pode ter começado em três cientistas chineses, afirmam fontes do governo dos EUA

Eles faziam estudos com coronavírus de morcegos - e teriam se infectado acidentalmente com o Sars-CoV-2, que então transmitiram pela cidade de Wuhan no final de 2019; pesquisador chinês nega a possibilidade

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 jun 2023, 15h20 - Publicado em 26 jun 2023, 09h09

Eles faziam estudos com coronavírus de morcegos – e teriam se infectado acidentalmente com o Sars-CoV-2, que então transmitiram pela cidade de Wuhan no final de 2019; pesquisador chinês nega a possibilidade

Ben Hu, um dos principais cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan (WIV), e seus colegas Yu Ping e Yan Zhu. Segundo o Wall Street Journal, que cita fontes internas do governo dos EUA, a pandemia teria começado com eles: os três teriam se infectado acidentalmente com o Sars-CoV-2, no qual estavam trabalhando, em novembro de 2019. 

Os três não ficaram em quarentena – e em sua movimentação pela cidade de Wuhan, para ir e voltar do trabalho, teriam transmitido o vírus a outras pessoas, detonando a maior crise sanitária em 100 anos. 

A informação de que três cientistas do WIV ficaram seriamente doentes, e chegaram a procurar um hospital, é conhecida desde o primeiro semestre de 2021. Na época, a virologista Marion Koopmans, da OMS, disse ter sido informada pelo governo chinês de que os três testaram negativo para Covid. 

Mas a China nunca divulgou os nomes, nem apresentou cópias dos testes. Agora, as identidades foram reveladas. Elas foram divulgadas em primeira mão pelo site Public, do jornalista americano Matt Taibbi, que citou fontes do governo dos EUA – as mesmas consultadas, agora, pelo Wall Street Journal.

Continua após a publicidade

 

coronavírus-pandemia
O cientista chinês Ben Hu, que trabalhava no Instituto de Virologia de Wuhan e pode ter sido uma das pessoas que começou a pandemia, após se infectar acidentalmente com o Sars-CoV-2. (YouTube/Reprodução)

Ben Hu e seus colegas faziam pesquisas com coronavírus de morcegos, buscando formas de torná-los patogênicos em humanos. Esse trabalho era parcialmente financiado pelo National Institutes of Health (NIH), do governo americano, através de um contrato de cooperação entre China e EUA.

O trabalho incluía estudos do tipo “ganho de função” (GoF), em que vírus são modificados para adquirir novas capacidades. Embora possam ter usos legítimos, os estudos GoF são considerados arriscados – e chegaram a ser proibidos nos Estados Unidos entre 2014 e 2017. 

Continua após a publicidade

Eles se enquadram no chamado “uso dual”, de tecnologias que podem ter uso civil e militar. Embora as armas biológicas tenham sido banidas em 1972, as superpotências continuam a fazer pesquisas relacionadas a elas – oficialmente, isso é realizado com propósito “defensivo”, para conhecer melhor eventuais ameaças e se antecipar a elas. Mas não elimina o risco de vazamentos.

Embora fizesse pesquisas sabidamente perigosas, o Instituto de Virologia de Wuhan não seguia todas as normas de segurança. Sua cientista mais importante, a virologista Shi Zhengli, admitiu que o trabalho com coronavírus de morcego era feito em laboratórios BSL-2 e BSL-3 (níveis de biossegurança 2 e 3), o que é inadequado. 

Vírus letais e que se espalham pelo ar, como o Sars-CoV-2, só podem ser manipulados em salas BSL-4, que trabalham sob protocolos rígidos e possuem medidas extremas de contenção – nelas os cientistas usam roupas pressurizadas, que lembram as dos astronautas.    

Procurado pela revista Science, Ben Hu negou tudo: disse que não ficou doente no final de 2019, e que as novas informações “são absolutamente rumores, e ridículas”.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.