Quanto vale sua diversão? Duas hora no cinema com pipoca e refrigerante custam por volta de R$50. Assistir um dia inteiro de shows no Lollapalooza por volta de R$170 – a meia entrada. Quanto deveria custar uma aventura intergaláctica com mais de 100 horas pelo Sistema Solar derrotando alienígenas? Bom, se Destiny contar, custa aproximadamente R$200.
Videogames são caros, isso é indiscutível. Pagar R$200 em um jogo é um luxo para poucos e, mesmo estando mais acessível do que nunca no Brasil, não é fácil comprar todos os jogos que desejamos jogar. E aí quando um novo jogo é lançado precisamos pensar: “Será que meu dinheiro estará bem investido?”
Diversão é subjetivo. Conheço pessoas que não conseguiram jogar mais que cinco horas de Destiny, acharam extremamente chato. Eu joguei por mais de 120 horas. Da mesma forma, nunca ultrapassei 20 horas de World of Warcraft enquanto vários amigos jogam há 10 anos.
Uma coisa, no entanto, é certa: alguns jogos possuem capacidade para mais tempo de diversão que outros. Talvez por isso as modalidades multiplayer tenham ganhado tanta importância nos últimos anos. Um jogo com multiplayer se torna mais “valioso” para o consumidor. Só que nem sempre isso é verdade.
Specs Ops: The Line é um dos melhores jogos que joguei nos últimos anos. Ele tem uma campanha extremamente envolvente e uma história de explodir a cabeça. Demorei pouco mais de 10 horas para terminar, alguns amigos terminaram bem antes disso. Ele tem uma modalidade multiplayer, mas não me pergunte se é boa; não tive a menor vontade de jogar o multiplayer de Specs Ops: the Line. E nem os produtores queriam. Isso me fez ficar arrependido pelo dinheiro investido? Nem um pouco! Valeu cada centavo.
Produzir um jogo também é muito caro. A cada nova tecnologia implementada é preciso investir mais em equipamentos e profissionais capacitados. A conta fica cada vez mais alta, mas o valor cobrado (US$60) é o mesmo desde 2005. Por isso as empresas buscam modelos de negócio alternativos. As expansões e DLC são uma das saídas encontradas para arrecadar mais com cada jogo. A validade dessa prática é bastante questionável.
Nas últimas semanas essa discussão sobre valor dos jogos voltou com tudo depois do lançamento de The Order: 1886, um dos mais aguardados jogos exclusivos para PlayStation 4 que foi extremamente criticado por ser curto e linear. The Order é um exemplo de jogo que não oferece muito mais do que o conteúdo da sua campanha com pouco mais de 6 horas de duração. Só por isso ele deveria custar menos?
Quando investimentos nosso dinheiro temos uma expectativa. Se a sua é fazer com que o investimento seja revertido proporcionalmente em uma quantidade de horas de diversão, The Order realmente não é um bom investimento. Assim como GTA pode não ser um bom investimento para quem não gosta de jogos com mundo aberto.
A conclusão é que o valor de um jogo é totalmente ligado a expectativa do consumidor. E isso é um valor individual.
O que você espera quando compra um jogo? História memorável? Horas e mais horas de jogo? Multiplayer? Tudo isso junto?