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Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado
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Como as pessoas com quem convivemos afetam nossa forma de ver o mundo

Por Ana Prado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 Maio 2018, 18h08

Você já notou, em alguma época da sua vida, que se tornou uma pessoa mais estressada ao conviver com pessoas estressadas? Ou viu sua opinião política ficar mais e mais parecida com a de seus amigos?

A ideia de que tendemos a ficar mais parecidos com as pessoas que nos rodeiam não é nenhuma novidade. Mas um estudo recente mostrou que nossos círculos sociais também podem influenciar a forma como enxergamos o mundo.

E essa influência pode ter efeitos aparentemente contraditórios: você pode pensar que a maioria das pessoas tem as mesmas opiniões políticas que as suas, mas também pode achar que sua forma de ver as coisas é única. Ou então pode achar que é mais ou menos privilegiado do que o resto do mundo, dependendo de como a sua vida se comparar com a das pessoas do seu grupo.

“Nossos círculos sociais — nossos amigos e familiares — são muitas vezes as únicas fontes de informação que temos sobre diferentes características de um mundo social mais amplo, como frequência de problemas de saúde ou conflitos com um parceiro”, diz o professor Henrik Olsson, um dos autores.

Assim, tendemos a achar que ninguém mais tem conseguido manter um relacionamento sério, caso nossos amigos estejam todos solteiros ou terminando seus namoros. Ou podemos acreditar que certo tipo de doença é muito mais comum do que de fato é, caso acometa várias pessoas do mesmo círculo.

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Por outro lado, esse mesmo processo cognitivo pode gerar julgamentos sociais bem diferentes em determinados casos.

Por exemplo, se todo mundo do seu convívio tiver as mesmas opiniões políticas, é fácil achar que essa bolha representa o mundo inteiro — e aí você até fica chocado quando vê que existem pessoas que apoiam aquele candidato que você considera bizarro.

Mas conviver com gente de opiniões diferentes das suas não é garantia de uma visão mais realista das coisas. Nesse caso, o estudo descobriu que pessoas que fazem parte de círculos sociais mais diversificados podem sentir um efeito contrário e achar que seus pontos de vista são mais raros na população geral do que de fato são.

Outro exemplo: se você for o único do seu grupo com problemas financeiros, é fácil se sentir fracassado e achar que sua vida está muito pior que a da maioria das pessoas do mundo — ainda que seus amigos sejam privilegiados e, portanto, constituam uma exceção na sociedade como um todo.

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Mesmo processo, efeitos diferentes

A professora Mirta Galesic, outra autora do estudo, faz uma analogia simples para explicar os diferentes efeitos dessa influência social: “Considere dois chefs que usam a mesma receita de molho, mas com pimentões de diferentes regiões. Seus molhos podem ter um sabor diferente e, sem reconhecer a diferença de pimenta, pode-se pensar que se trata de receitas diferentes. Da mesma forma, duas pessoas podem confiar no mesmo processo cognitivo para fazer julgamentos sociais sobre a população em geral, mas se elas confiarem em círculos sociais diferentes, podem ter julgamentos diferentes”.

Segundo os autores, ainda é preciso entender melhor as raízes desses julgamentos sociais tendenciosos, e como se dá a interação dos processos cognitivos individuais com as relações que o indivíduo mantém.

Isso é importante porque a maneira como percebemos nossos mundos sociais, dizem eles, afetará não só como julgamos nossa própria situação e como estabelecemos nossos objetivos pessoais, mas também nossas crenças sobre quais políticas públicas seriam melhores para a sociedade como um todo.

O estudo foi publicado na Psychological Review.

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(Via Medical Xpress)

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