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Em busca de matéria invisível, cientistas não encontram nada

Por Lucas Massao
Atualizado em 4 jul 2018, 20h33 - Publicado em 27 jul 2016, 16h34

Two large galaxy clusters about 4 billion light years from Earth.

Na mais recente tentativa de achar a matéria escura, a coisa que ajuda a formação de galáxias e mantém o nosso universo coeso, um grupo de cientistas não conseguiu achar simplesmente nada. As pesquisas foram conduzidas durante três anos em uma antiga mina subterrânea na cidade de Lead, no estado americano da Dakota do Sul.

Mas na última quinta-feira, 21, durante uma entrevista coletiva na Inglaterra, o grupo anunciou que, apesar dos equipamentos de ponta utilizados e do custo de 10 milhões de dólares do projeto, os resultados desejados não foram atingidos. “Nós estamos meio que orgulhosos porque a experiência funcionou e desapontados por não termos visto nada”, afirmou Daniel McKinsey, físico da Universidade da Califórnia Berkeley e um dos porta-vozes da iniciativa.

O projeto na mina de Lead, chamado de Large Underground Xenon, ou Lux, era um dos três lugares no mundo que estão buscando pela matéria escura. Os outros dois são a Estação Espacial Internacional e o Grande Colisor de Hadrons, coordenado pela Organização Europeia para Pesquisa Nucelar e que já encontrou o elusivo Bóson de Higgs.

A ideia era que os 4800 pés de profundidade ajudariam a mapear a radiação emitida pela matéria escura. Os cientistas usaram grandes quantidades de xenônio líquido super-resfriado que, teoricamente, deveria soltar um clarão de luz ao interagir com partículas massivas que interagem fracamente, ou WIMPS, em inglês, os componentes teóricos da matéria escura.

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“O fato da pesquisa não ter encontrando WIMPS pode fazer os cientistas a pensarem em novas alternativas para a composição da tal matéria escura, apesar das WIMPS ainda serem as principais candidatas”, afirma Neal Weiner, diretor do Centro de Cosmologia e Física de Partículas da New York University.

Apesar dos esforços do Lux não terem rendido, ele não será abandonado. Muito pelo contrário. As instalações do local já estão sendo ampliadas para uma versão mais tecnológica, chamada LZ, que será 70 vezes mais sensível e deverá começar a funcionar em 2020, de acordo com Richard Gaistkell, professor de física da Brown University, que pesquisa a matéria escura há 28 anos.

A caçada não será mais fácil, mesmo com equipamentos mais poderosos. Quando questionado sobre a possibilidade do material simplesmente não existir, Gaistkell foi sincero. “Mais de 80 por cento da nossa matéria é matéria escura. Você e eu somos refugos e destroços em um mar de matéria escura. É por isso que nós não desistimos. Nós precisamos descobrir o que essa tal ‘matéria escura’”.

Com AP

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