Por mais de cento e cinquenta dias, dois míseros dólares (cerca de 7 reais) separaram Aitabdel Salem da liberdade. O nova-iorquino de quarenta e um anos foi preso em novembro de 2014, após supostamente atacar um policial que o pegou roubando uma loja da Zara em Manhattan. Para esse crime, a finança era de 25 mil dólares. Só que Salem também foi condenado por adulteração e danos à propriedade. A fiança para essas acusações era de um dólar cada.
A promotoria, porém, não conseguiu comprovar que Salem agrediu o policial. Então, caberia ao morador do Queens pagar as outras duas fianças e sair tranquilamente da cadeira. No entanto, Stephen Pokart, o então-advogado de Salem se esqueceu de avisa-lo sobre a política de fianças nos Estados Unidos e, sem querer, fez Aitabdel passar cinco meses atrás das grades.
Em maio de 2015, o fim do cárcere de Salem estava próximo. Com uma nova dupla de advogados cuidando de seu caso, tudo indicava que a história trágica finalmente terminaria. Mas, por causa de uma confusão nas datas marcadas pela Justiça, o nova-iorquino perdeu a audiência e foi condenado à prisão novamente – dessa vez, com uma fiança de 30 mil dólares.
“Ele ficou chocado e frustrado com o fato desse caso ter sido mal gerido e pela falta de comunicação com seu antigo advogado”, afirmou Glenn Hardy, um dos novos advogados de Salem, em uma audiência. Hardy ainda questionou o fato das datas marcadas terem sido trocadas constantemente. “Você não pode fazer o que você não pode. E se você é um réu em um caso criminal, você certamente tem o direito de confiar no sistema para saber quando é a sua próxima audiência”.
Com Wnep