7 coisas raras e legais que você pode encontrar na Netflix
Não é mais uma previsão para o futuro – a maneira como vemos TV mudou. Pesquisa realizada pela empresa de consultoria Accenture sobre os hábitos de usuários em 2013 indicou que ver vídeos online se tornou uma atividade predominante para consumidores de todas as idades e partes do planeta. Ao todo, 90% dos consumidores entrevistados em toda a Europa, América do Norte e América do Sul atualmente consomem esse tipo de conteúdo através da Internet e em múltiplas plataformas. Isso ajuda a explicar os números da Netflix, um dos principais serviços de TV por internet. Hoje já são mais de 1 bilhão de horas assistidas por 48 milhões de usuários em todo o mundo. Com tantas horas de conteúdo para desbravar, é fácil ficar perdido. Para ajudar, resolvemos resgatar 7 raridades que você pode assistir online na Netflix:
1. Supercampeões (Captain Tsubasa: Road to 2002, 2001)
Um dos maiores craques que já pisou nos campos de futebol da ficção não é brasileiro, mas também já jogou por aqui: Oliver Tsubasa, o camisa 10 e protagonista do anime Supercampeões. A série animada conta a história de Tsubasa e acompanha sua trajetória até chegar ao topo da carreira, passando pela seleção japonesa e por clubes como São Paulo e Barcelona. Exibida no Brasil originalmente pela extinta Rede Manchete e pela RedeTV!, acompanhou as sensacionais partidas de Tsubasa e seus amigos contra terríveis rivais, com jogadas – que incluíam chutes de trivela com efeitos imprevisíveis, bicicletas fantásticas e defesas impossíveis – que fariam inveja tanto em Goku quanto em Pelé.
2. Twin Peaks (idem, 1990-1991)
Talvez você não saiba, mas David Lynch não deixou sua marca surrealista apenas nas telas do cinema. No início da década de 1990, o diretor e roteirista americano, que já havia nos apresentado aos mundos estranhos de Eraserhead (1977), O Homem Elefante (1980) e Veludo Azul (1986), resolveu se aventurar na telinha. Ao lado de Mark Frost, ele criou Twin Peaks, seriado que acompanha o agente especial do FBI (e amante de uma boa xícara de café) Dale Cooper em sua investigação para solucionar o (hoje icônico) mistério: quem matou Laura Palmer? Mais que uma busca pelo assassino da “garota-modelo”, a série explorava as rachaduras na aparente vida pacata dos moradores da cidadezinha-título, revelando no processo segredos sórdidos e estranhos e vida duplas de seus moradores. Apesar de ter conquistado uma base fiel de fãs, a queda na audiência fez com que a série não fosse renovada para uma terceira temporada, deixando um mistério (e muita estranheza) pairando no ar.
3. Imitação da vida (Imitation of life, 1959)
Conhecido pelos melodramas que dirigiu em Hollywood nos anos 1950, o diretor alemão Douglas Sirk demorou a ter seu trabalho reconhecido pela crítica. Responsável por filmes taxados como “menores” por girarem ao redor de personagens femininas, Sirk já tinha voltado para o seu país natal quando sua obra foi revisitada. Um dos longas “reavaliados” foi Imitação da Vida, último filme hollywoodiano do alemão e hoje considerado uma obra prima de seu cinema. É fácil entender o porquê da mudança de status. Além do rigor técnico já marcante em sua filmografia, o filme de 1959, que acompanha a relação entre a aspirante a atriz e branca Lora Meredith, mãe de uma menina de seis anos, e de Annie Johnson, uma mulher negra também mãe de uma garotinha, traz atuações potentes de Juanita Moore, Susan Kohner e Lana Turner e não tem medo de tratar de raça, classe e gênero.
Um personagem que está disposto a arriscar tudo em nome de sua obsessão. Se você já está familiarizado com a filmografia do americano Darren Aronofsky, sabe que o diretor e roteirista parece encontrar em sonhadores com hábitos destrutivos a sua própria forma de fixação. E os indícios de seu interesse pelo tema já estavam lá, em seu primeiro longa-metragem. Antes de levar às telas filmes como Réquiem para um Sonho (2000), O Lutador (2008) e o indicado ao Oscar Cisne Negro (2013), Aronofsky estreou na direção com Pi (1998), longa que acompanha Max Cohen, matemático que acredita que toda a natureza pode ser explicada através dos números. Produzido com orçamento modesto de apenas 60 mil dólares, o filme foi um sucesso de bilheteria e rendeu a Darren o prêmio de Melhor Diretor nos festivais de Sundance e de Melhor Roteiro no Independent Spirit Award.
5. O professor aloprado (The Nutty Professor, 1963)
Nada de Eddie Murphy, Eddie Murphy e Eddie Murphy. No clássico de 1963, que inspirou o remake de 1996 vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem, é o consagrado comediante Jerry Lewis que dá vida ao desajustado e desajeitado Dr. Julius Kelp. No filme – que é uma paródia de O médico e o monstro, história escrita pelo escocês Robert Louis Stevenson e publicada originalmente em 1886 – o professor de química míope e sem traquejos sociais é ignorado pelo sexo feminino e ridicularizado pelos colegas até inventar uma poção mágica que dá ao cientista a confiança que precisava para tentar se relacionar.
6. Jornada nas Estrelas – 1ª temporada (Star Trek, 1966)
Foram eles que primeiro subiram a bordo da Enterprise e ousaram explorar novos mundos e descobrir outras formas de vida com a missão de audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve. A Netflix disponibiliza a primeira temporada da série original de Star Trek, que foi exibida originalmente entre 1966 e 1969 e inspirou a franquia de seriados e filmes que garantiram à Jornada nas Estrelas um lugar no livro Guinness de Recordes como a série de televisão com o maior número de spin-offs da história. O Capitão James T. Kirk (William Shatner), o Primeiro Comandante Spock (Leonard Nimoy) e o Médico Chefe Leonard McCoy (DeForest Kelley) estavam à frente da tripulação intergaláctica que cruzou a última fronteira.
7. Dobradinha: Chaves (El Chavo del Ocho, 1971) e Chapolin Colorado (El Chapulin Colorado, 1973)
Palma, palma, não priemos cânico.
Não precisa mais esperar pela festa da boa vizinhança. Quem quiser relembrar a infância pode recriar a dobradinha que alegrava as manhãs, tardes e noites dos dias de semana e outra vez aguardar ansiosamente pela bola quadrada do Quico. Criadas e protagonizadas por Roberto Gómez Bolaños, as séries mexicanas, exibidas originalmente na década de 1970, nos apresentaram ao atrapalhado Chavo del Ocho, o menino Chaves que sempre causava ~altas confusões~ “sem querer querendo” entre os moradores de uma pequena vila (sdds Seu Madruga, Dona Florinda e Chiquinha <3); e ao herói de astúcia incomparável, Chapolin Colorado, o Polegar Vermelho. Que sigam-lhe os bons!
Dicas bônus:
Os fãs do Mestre do Suspense podem se preparar para fazer uma maratona. Atualmente, a Netflix conta com sete filmes de Hitchcock em seu catálogo: o aclamado Janela Indiscreta (Rear Window, 1954), que completa 60 anos de seu lançamento em agosto de 2014; Ladrão de Casaca (To catch a thief, 1955), que tem Cary Grant e Grace Kelly no elenco; O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, 1956), com James Stewart e Doris Day; Um corpo que cai (Vertigo, 1958), que traz a dupla James Stewart e Kim Novak; o clássico Psicose (Psycho, 1960); Os Pássaros (The Birds, 1963); e Marnie: Confissões de uma ladra (Marnie, 1964), que tem como protagonistas Tippi Hedren e Sean Connery.
Se você não conhece o cineasta e ator brasileiro Amácio Mazzaropi pode aproveitar a oportunidade para tirar o atraso. A Netflix disponibiliza quatro filmes do personagem da cultura popular brasileira que, mesmo sendo aclamado pelo público, por anos foi desdenhado pela crítica especializada: As aventuras de Pedro Malasarte (1960); O Jeca macumbeiro (1975); O jeca contra o Capeta (1976); Jecão, um fofoqueiro no céu (1977).
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