Como os povos antigos explicavam os fósseis de dinossauros?
Sem o respaldo da ciência, era comum atribuir os vestígios a divindades - e até a humanos gigantes

De tudo que era jeito.
Por exemplo: os aborígenes Goolarabooloo, da costa oeste australiana, preservam até hoje pegadas de dinossauros pescoçudos que consideram marcas dos pés de uma divindade. Um deles atribuiu pegadas específicas, com só três dedos, ao homem-emu Marala, o deus legislador. Fósseis de parentes distantes das Cicadáceas, plantas com folhas semelhantes às de palmeiras, também eram tratados com reverência por sua semelhança com a descrição das penas do mítico legislador-pássaro.
Diversos vilarejos agrários chineses têm explicações folclóricas para seus resquícios paleontológicos: pássaros míticos, rinocerontes e até reis mitológicos.
Em 1676, o reverendo Robert Plot, curador do museu Ashmolean, em Oxford, encontrou um fêmur imenso – pertencente a um megalossauro –, e pensou tratar-se de um fragmento da perna de um humano gigante. Parece inocente, mas até o século 18, mesmo unicórnios eram objeto de especulação científica séria.