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Quem definiu as terminações dos sites de cada país (como “.br”)?

Na verdade, nem todo site brasileiro termina em .br. Essa terminação (conhecida como “domínio de topo”) é apenas uma dentre as várias disponíveis.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 26 nov 2019, 13h17 - Publicado em 19 nov 2019, 14h40

Na verdade, nem todo site brasileiro termina em .br. Essa terminação (conhecida como “domínio de topo”) é apenas uma dentre as várias disponíveis para quem quer criar um site na internet. 

Para entender melhor isso, voltemos pro básico: para criar uma URL, um endereço para o seu site na web, você precisa do chamado “domínio”. Um domínio é formado, em sua estrutura básica, por duas partes: o “nome do domínio” e o “domínio de topo”. O “nome do domínio” pode ser qualquer nome, desde que já não esteja sendo usado – ou seja, esteja disponível para registro. Já o “domínio de topo” deve ser selecionado dentre uma lista de Top Level Domain existentes, os chamados TLDs. Por exemplo: o site da SUPER é “super.abril.com.br”: “super.abril” é o nome do domínio, e “.com.br” é o domínio de topo sob o qual o site está.

Os domínios de topo antes só determinavam a função da URL, e todos eram pertencentes apenas aos EUA, já que vem de lá o berço do que conhecemos como internet. Por exemplo: terminações como .com serviam para endereços com fins comerciais, .gov para endereços do governo, e assim por diante. Além delas, existia a .int, para sites internacionais.

Mas quando a internet começou a se expandir pelo mundo, surgiu a necessidade de se categorizar dados de forma mais específica, deixando claro de que região do planeta eles vinham. O responsável por isso foi Jonathan Bruce Postel, mais conhecido como Jon Postel, um cientista da computação americano que fez diversas contribuições significativas para o desenvolvimento da Internet, principalmente no que diz respeito aos padrões e regras internacionais. 

Através de um órgão chamado IANA (Internet Assigned Numbers Authority), o qual administrou até sua morte, Postel criou uma tabela conhecida como ISO 3166. Ela vinha de um padrão instituído pela Organização Internacional de Padronização (ISO), e definiu códigos de duas letras (.br, .uk, .de, etc) para os nomes de países, territórios dependentes, ou áreas especiais de interesse geográfico que quisessem operar um domínio de topo na comunidade local. Para conseguir, bastava fazer uma solicitação oficial a IANA, e Postel examinava se havia uma base de dados produzida lá que justificasse ou não um domínio de topo próprio.

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Apesar do nome desses domínios de topo serem Country Code Top-Level Domain, ou ccTLD, não apenas países independentes o possuem – as ilhas Fawklands, a Antártida, o Tokelau, dentre outras regiões também exibem seus próprios ccTLD, apesar de não serem reconhecidos como independentes.

Hoje, com a internacionalização, domínios como .com, .net e .edu se tornaram “neutros”, e são adotados por sites diversas partes do mundo. Ou seja: se algum brasileiro quiser criar um site sob o domínio de topo .com, ele pode. A grande questão é que tudo que for referente ao site será resolvido com órgãos de âmbito internacional. 

Estar sob o .br é estar protegido por jurisdições totalmente brasileiras, além de fortalecer a internet nacional. O nosso domínio de topo foi dado por Postel a operadores de bases de dados no Brasil (liderados por acadêmicos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo – FAPESP) em abril de 1989, e atualmente é algo forte e consolidado, com mais de 4 milhões de sites cadastrados. Hoje o .br é administrado pelo NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), e obtém cerca de 70% dos sites brasileiros – além dos sites de importantes instituições de ensino nacionais, como usp.br, unicamp.br, ufmg.br, ufpe.br, etc.

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Pergunta de Arthur Prado Quaresma, São Caetano do Sul, SP. 

Fonte: Demi Getschko, cientista da computação e diretor-presidente do NIC.br. 

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