Se carioca come feijão preto, por que o feijão carioca é marrom?
Não, o nome não vem do calçadão de Copacabana, mas de um tipo de porco mesmo
Porque o nome do feijão carioca foi inspirado em uma raça de porco caipira, e não na cidade do Rio de Janeiro.
Quem conta essa história é Leonardo Melo, coordenador do programa de melhoramento de feijão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa. O feijão carioca surgiu em uma propriedade rural de São Paulo, na década de 1970. Um belo dia, o produtor encontrou uma planta diferente em meio à sua lavoura, provavelmente originada de uma mutação genética. Era uma planta grande e vistosa, capaz de produzir o dobro das outras.
O fazendeiro, percebendo os benefícios, levou a semente dessa planta curiosa para o Instituto Agronômico de Campinas, que começou a multiplicar e testar esse grão. Lá, eles comprovaram que esse feijão de grãos bege com listras marrons tinha uma produtividade muito maior que os outros tipos já existentes.
Curiosamente, a cor é a mesma de uma raça de porco caipira, chamada carioca, muito comum na época. O carioca era um porco gordo e bege, que tinha essas listras espalhadas pelo corpo. Vendo isso, o produtor decidiu homenagear o novo feijão com o nome do animal. Simples assim.
A história é bem menos glamurosa (ou, como vocês dizem, “phyna) do que aquela que algumas pessoas acreditam, que o nome do feijão carioca teria sido inspirado nos desenhos em forma de onda do calçadão de Copacabana.
Independentemente da origem, o fato é que, hoje, o feijão carioca é o mais consumido do Brasil. Mas, como você mesmo diz, não é o mais comum no Rio, assim como também não é no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Espírito Santo. Por diferentes razões culturais e históricas, as pessoas preferem o feijão preto nesses Estados.
Pergunta de Carlos Hamilton, São Vicente, SP