Balde de água fria neles!
O jornal O Estado de S. Paulo publicou, hoje, um pedido feito pela Grã-Bretanha: 1 milhão de km² de mar territorial da Antártida. O pedido é polêmico principalmente por dois motivos. Primeiro, porque vai contra o Tratado da Antártida, assinado por 12 países, em 1959, e que proíbe, de forma explícita, a reivindicação por novos pedaços de terra (ou de mar, nesse caso) na região. E, em segundo lugar, porque o território antártico britânico sobrepõe-se a áreas reclamadas por Chile e Argentina.
Mas o que os britânicos querem nesse lugar gélido? Petróleo, gás e minérios, existentes nas profundezas do mar. A extração dessas substâncias na região ainda é tecnicamente impossível e as atividades relacionadas a minérios, com exceção da pesquisa científica, estão proibidas na região. Mas, com todo esse tesouro escondido, certamente os países latinos em questão podem resistir – e muito – ao pedido feito pelos europeus. Quem será que vai atirar a primeira pedra de gelo?
O Greenpeace já se manifestou sobre essa briga territorial, dizendo que o impacto que a exploração do petróleo nessa região pode ter sobre a vida marinha ainda é bastante incerto.
Enquanto essa briga vai e vem, problemas mais urgentes, quando o assunto é Antártida, estão sendo esquecidos. O aumento da temperatura do nosso Planeta derrete o gelo que cobre Antártida. A foto acima, do satélite Acqua, da Nasa, mostra a diminuição da área coberta por gelo. E a diferença é chocante de 30 anos para cá. A linha amarela mostra até onde havia gelo entre 1979 e 2000, e o contorno vermelho mostra o nível no qual chegamos este ano.
Nessa briga territorial, pode até ser que chilenos e argentinos joguem um balde de água fria na Grã-Bretanha, mas não podemos esquecer das questões ambientas envolvidas e permitir que toda a polêmica ofusque o problema do derretimento das calotas polares.