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COP15: tamanho do esforço é proporcional à frustração

Por Thays Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 10h25 - Publicado em 17 dez 2009, 23h29

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Acompanhe a cobertura da COP15, no site do Planeta Sustentável

Thays Prado, de Copenhague

A COP termina nesta sexta e o clima no Bella Center já é uma mistura de fim de festa, ressaca moral antecipada e véspera de Natal. Triste. Até agora, ninguém acredita muito que possa sair daqui um acordo eficiente para o combate das mudanças climáticas. O alvoroço das ONGs até ontem, agora não passa do portão de entrada, que está com mais do que o dobro de policiais em relação aos primeiros dias. Somente 500 ongueiros puderam entrar hoje, deixando a moda da COP a la terno preto, no lugar do colorido de antes. Agora à noite, alguns chefes de Estado estão reunidos para discutir uma proposta apresentada pelo Brasil e pela França e alguma esperança começa a se reerguer, levemente.

Talvez a frustração seja maior justamente pelo fato de que o esforço para que a COP15 fosse um sucesso e a expectativa em cima de seus resultados eram grandes demais. Sente só a dimensão do evento:

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– Em um espaço de 123 mil metros quadrados, com capacidade para 15 mil pessoas, e 17 bares, cafés e restaurantes, 192 países se encontram durante 12 dias, em aproximadamente 2 mil reuniões. Cerca de 120 chefes de Estado, tem dado o ar da graça dos últimos dias – o número não tem precedentes na história das COPs.
– A COP15 também contou com a presença de 15 mil cientistas, disponibilizou 2 mil laptops e 200 bicicletas, sendo 40 elétricas, aos participantes. A organização também reservou mais de 10 mil quartos de hotéis na Grande Copenhague e até mesmo em Malmo, na Suécia (onde estou hospedada). Isso sem falar em quem se virou para encontrar abrigo por meios próprios, e não pela empresa responsável por isso.
Onze agências de notícia mundiais e 3.500 jornalistas de quase 200 países fizeram a cobertura do evento, enlouquecidos para entender as negociações e esclarecer seu público.
– Por uma tremenda falta de organização, cerca de 40 mil pessoas – entre delegações, ONGs e jornalistas – se inscreveram para a COP pela internet, o que gerou filas enormes, espera na neve e até um sistema de cotas para restringir a entrada das ONGs.
– Só a delegação brasileira trouxe mais de mil pessoas, sendo apenas 40 do governo, mais de 180 ONGs e a maior parte de empresários;
– O governo pretendia gastar 4 milhões de coroas dinamarquesas ( o equivalente a 700 mil dólares) com mimos para certos participantes, mas os presentinhos foram suspensos por uma causa mais nobre. O dinheiro será usado para financiar de 10 a 12 estudantes de várias partes do mundo a fazer um curso de dois anos relacionado a clima em uma das universidades dinamarquesas.
Dois milhões e meio de euros foram investidos somente na parte de eficiência energética, no Bella Center. Ainda assim, desde a montagem até a desmontagem do evento, serão gastos 1400 Megawatt-hora por mês. E, apesar de discutirmos redução de emissões por aqui, calcula-se que a pegada de carbono da COP15 chegue a 46,2 mil toneladas de CO2: em volume seria algo como 10 mil piscinas olímpicas, o mesmo tanto que 2.300 americanos ou 660 mil etíopes emitem em um ano.

O jogo ainda não acabou, termina no final desta sexta-feira. Pode ser também que as negociações avancem madrugada adentro e o resultado final só saia mesmo no sábado pela manhã. E tudo só se define no último segundo, quando o juiz apita, quer dizer, quando o presidente da COP bate o martelo. Até lá, a gente fica na torcida.

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