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O que a maconha tem a ver com a crise econômica?

Por Marina Franco
Atualizado em 21 dez 2016, 10h17 - Publicado em 31 ago 2012, 10h01

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De acordo com jornalista americano e associação espanhola, a planta pode ser parte da saída para dívidas públicas. Doug Fine, que já colaborou para o jornal Washington Post e a revista Wired, acaba de lançar, nos Estados Unidos, o livro Too High to Fail – Cannabis and the New Green Economic Revolution (em tradução livre: Muito Chapado para Fracassar – Maconha e a Nova Revolução Econômica Verde).

Fine passou um ano em uma comunidade rural no condado de Mendocino, na Califórnia, para escrever este livro. Lá o plantio da Cannabis para fins medicinais é autorizado pelo xerife da cidade, mediante o pagamento de taxa. Cada produtor pode cultivar no máximo 99 mudas da planta, para não passar por cima da lei federal, que determina prisão para quem tiver 100 mudas ou mais.

O que o jornalista constatou:
– 80% da economia de Mendocino é movimentada por conta da droga: por ano, são gerados de US$ 6 bi a US$ 8 bi;
– Segundo professor de economia de Harvard entrevistado no livro, em 2011 a droga poderia ter gerado impostos no valor de US$ 6,2 bilhões ao governo. Se a planta fosse legalizada, o lucro poderia ser de US$ 47 bilhões;
– A Cannabis industrial – para os setores têxtil, alimentício e energético – tem mais potencial econômico do que para o uso medicinal.

“Imagine se a economia americana se beneficiasse desses números, em invés de eles irem para as contas de gangues criminosas”, afirma o jornalista em seu site.

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Enquanto alguns Estados dos EUA consideram votar pela legalização da maconha para uso recreativo nas próximas eleições de novembro, a população da pequena cidade de Rasquera, na região espanhola da Catalunha, aprovou por plebiscito a plantação da erva para pagar as dívidas da crise financeira.

O cultivo, para consumo social, será feito pela ABCDA – Associação de Barcelona de Autoconsumo de Cannabis, que é legal e tem cinco mil sócios, em terrenos alugados da prefeitura da cidade. A ABCDA pagará 550 mil euros por mês. Estima-se que em dois anos a dívida de Rasquera estará quitada.

Para reduzir seu impacto ao meio ambiente, as plantações propostas por Doug Fine e pela ABCDA poderiam se inspirar na norma da cidade de Boulder, no Colorado, que exige fontes limpas de energia para o cultivo de maconha (leia Plantadores de maconha precisam compensar emissões de carbono).

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Comente aqui o que achou dessas ideias.

Saiba mais sobre o impacto da produção de maconha em estufas – não é o caso das propostas de Doug Fine ou da ABCDA:
Qual é a pegada de carbono da maconha?
– Maconha: quanto custa o ‘barato’ para o meio ambiente?

Leia também:
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Casa de fibra de maconha: resistente a furacões
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Foto: Alexodus / Creative Commons

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