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Transposição de água do mar Vermelho pode salvar mar Morto da extinção

Por Débora Spitzcovsky
Atualizado em 21 dez 2016, 10h31 - Publicado em 18 dez 2013, 09h00

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Pensa que só no Brasil há projetos polêmicos de transposição? No Oriente Médio, um acordo recém-assinado que prevê a transposição de água do mar Vermelho para o mar Morto também está dando o que falar.

Tudo começou há alguns anos com a constatação de que o mar Morto está fazendo jus ao nome e, até 2050, pode desaparecer para sempre. Considerado a maior depressão do planeta, o lago passa por um processo acelerado de evaporação. Em 40 anos, seu volume de água caiu dois terços – e essa perda pode se intensificar, à medida que a temperatura na região aumentar por conta do aquecimento global.

A solução encontrada para evitar o funeral do mar Morto? Realizar uma transposição de água do mar Vermelho. Israel, Jordânia e Autoridade Palestina – os três países que têm responsabilidade sobre as águas do lago salgado – acabam de assinar acordo que prevê a construção de um duto entre os dois pontos. O projeto, que tem o aval do Banco Mundial, tem custo final estimado em R$ 22,9 bilhões.

A ideia é extrair, anualmente, até 200 milhões de metros cúbicos de água do mar Vermelho, que cruzarão cerca de 200 quilômetros de deserto, entre Israel e Jordânia, dentro de uma tubulação, apenas com a força da gravidade – já que o mar Morto está bem abaixo do nível do mar Vermelho. Parte do recurso será dessanilizado para oferecer água potável à Jordânia e Israel. O restante, junto com os resíduos da dessanilização, será despejado no mar Morto, para evitar sua extinção.

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Parece uma boa ideia? Não para os ambientalistas. O primeiro ponto defendido por eles é que os governos estão atacando o problema sem se preocupar com a causa. O mar Morto está secando por conta do consumo abusivo de água, que não será resolvido com a transposição do mar Vermelho. Cerca de 95% da água do rio Jordão que deveria desembocar no lago salgado não chega ao seu destino, porque é interceptada por jordanianos, israelenses e palestinos, sobretudo para uso na agricultura.

A segunda questão é que o mar Vermelho e o mar Morto possuem qualidade e composição química de água diferente. Ao misturá-las, podem-se gerar reações químicas perigosas, como uma crosta de gesso flutuante que poderia acelerar a morte do lago salgado.

Alheios às críticas, Israel, Jordânia e Autoridade Palestina seguem seus planos de transpor a água do mar Vermelho e chamam o projeto de “nada menos do que histórico”. Em um ano, eles pretendem abrir as licitações para construir o duto e a usina de dessalinização, para só depois avaliar o impacto ambiental da obra. Será que essa história vai acabar em ressuscitação ou assassinato?

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Foto: Cristian Kirshbom/Creative Commons

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