6 (outras) lendas urbanas brasileiras que você já achou que fossem verdade

Por Raquel Sodré
Fala aí: quando você era adolescente, tinha ou não tinha medo de ser infectado com Aids por uma seringa largada no cinema? E de ser dopado com “Boa Noite, Cinderela” e amanhecer no dia seguinte dentro de uma banheira de gelo, com uma cicatriz enorme e sem um rim? Aposto também que você também acompanhou todas as notícias do ET de Varginha. Pois é. Quando fizemos, dois anos atrás, uma lista com algumas lendas urbanas que fizeram sucesso no Brasil, muita gente sentiu falta de mais histórias. A SUPER tarda, mas não falha. E aí vai uma nova seleção de casos que você ainda não conseguiu esquecer.
1. Opala preto
Em 1974, Ubiratã Carlos de Jesus Chaves (o “Carlão da Baixada”) era um dos bandidos mais famosos do Rio de Janeiro. Um dia, para fugir de um crime, ele roubou um Opala SS preto. Na perseguição, quando entrou no Túnel Rebouças, ele bateu em um Fusca, no qual uma família voltava de um aniversário. Ninguém sobreviveu ao acidente. Desde então, diz-se que o Opala preto assombra motoristas que passam pelo túnel de madrugada e os persegue até causar um acidente. Mas, se o motorista se lembra do acidente de Carlão e reza pelas almas das pessoas que ali morreram, o Opalão vai aos poucos perdendo velocidade até sumir. Pelo sim, pelo não, uma Ave Maria e um Pai Nosso ao passar pelo Rebouças não vão fazer mal a ninguém…
2. Mulher de branco
Algumas estradas brasileiras são perigosíssimas à noite. Além dos problemas que a gente já conhece – buracos, má sinalização, vias em mão dupla etc etc -, há quem jure de pé junto que nossas estradas são a morada da Mulher de Branco. Diz a lenda que essa mulher, muito bonita e sempre vestida de branco, fica na beira da estrada pedindo carona. Quando algum bom samaritano para o carro, ela entra e a viagem segue normalmente. Até a hora que ela aponta para a estrada e diz: “Está vendo aquela curva? Foi ali que eu morri”. Logo depois, os veículos se envolvem em acidentes fatais. Então, cuidado ao dar caronas por aí!
3. Sanduíche de minhoca
Esta lenda urbana não é muito assustadora (bem, de uma certa forma), mas ficou muito famosa no Brasil, e deve ter gente que acredita nela até hoje. Diziam que os hambúrgueres do McDonald’s – principalmente o Big Mac – eram feito de carne de minhoca (eca). O boato cresceu tanto, que havia gente dizendo que havia até fazendas de minhoca que forneciam os bichos para a rede de lanchonetes. Nós aqui no Brasil pegamos a rebarba da lenda norte-americana, que circulou na década de 1970. Lá, o boato tomou tamanhas proporções que o McDonald’s teve uma diminuição de 30% nas vendas.
Desde o ano passado, a rede adotou uma política de transparência com seus clientes, e já revelou como são feitas suas batatinhas fritas, seus nuggets e também seus hambúrgueres. E aí, acreditou?
4. O rim e a banheira
Havia uma lenda, no início dos anos 2000, de uma gangue que se aproveitava de pessoas em boates e bares. Segundo a história que corria à boca miúda, uma quadrilha aproveitava os momentos de distração para colocar “boa noite, Cinderela” no copo de bebida da pessoa. Totalmente dopada, ela era levada para um galpão e acordava dentro de uma banheira cheia de gelo, com uma enorme cicatriz na região lombar. Depois de exames, o azarado ia descobrir: um de seus rins havia sido extraído durante a noite #sebebernãocase.
É bem pouco provável que alguém tenha um de seus rins retirados em um galpão (alô, infecção generalizada!) e acorde “de boas” na manhã seguinte para contar a história. Mesmo assim, não é bom dar bobeira na balada, né? Afinal, “boa noite, Cinderela” não é lenda.
5. ET de Varginha
A história do ET de Varginha completa 10 anos em janeiro de 2016. Para quem não se lembra, tudo começou quando três meninas varginhenses relataram ter ficado cara a cara com um ser de outro planeta. Segundo elas, o ET era baixinho, magro, cabeçudo e tinha enormes olhos vermelhos, e estava agachado em um terreno baldio. A história gerou comoção nacional e colocou Varginha no mapa da ufologia. Anos depois, porém, o Exército da cidade concluiu que o que as meninas haviam visto, na verdade, era o “Mudinho”, cidadão conhecido dos varginhenses que costuma mesmo ficar agachado catando coisas no chão. Pô, meninas. Chamar de feio, tudo bem, mas confundir com ET é sacanagem. #Mudinhochatiado
6. Seringa contaminada com Aids
Logo nos primeiros anos do aparecimento dos primeiros casos de Aids, a desinformação sobre o assunto era enorme (lembro da minha avó me fazendo lavar o rosto depois de eu ter cumprimentado um amigo de família que foi vítima da doença no início da década de 1990). Essa ignorância abria espaço para várias histórias. Uma delas dizia que um homem revoltado por ter sido contaminado pelo HIV enchia seringas com seu sangue soropositivo e as deixava em poltronas de cinemas para que os incautos espectadores se infectassem também. Em tempos de “barebacks”, não fosse o conhecimento que o vírus HIV não sobrevive nem um minuto fora da corrente sanguínea, daria até para acreditar que essa era verdade.