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Evolução não parou, mas acelerou, afirma estudo

Por Fábio Marton Quando a gente pensa em evolução, imagina um processo teve seu auge em algum lugar do passado, quando nossos antepassados ainda nem andavam sobre duas pernas. A ideia é mais que senso comum. Naturalistas de respeito ajudaram a reforçá-la. Segundo essa linha de pensamento, graças aos anticoncepcionais, a medicina moderna e a […]

Por Redação Super
Atualizado em 4 set 2024, 09h21 - Publicado em 11 fev 2015, 20h40

Por Fábio Marton

evoluciaon

Quando a gente pensa em evolução, imagina um processo teve seu auge em algum lugar do passado, quando nossos antepassados ainda nem andavam sobre duas pernas. A ideia é mais que senso comum. Naturalistas de respeito ajudaram a reforçá-la. Segundo essa linha de pensamento, graças aos anticoncepcionais, a medicina moderna e a agricultura tecnológica, a seleção natural não faz mais sentido. Sem a competição brutal por recursos ou parceiros, ou o perigo das doenças, que caracterizam a natureza, virou moda dizer que a evolução das espécies tinha parado. Mas talvez isso seja exagero.

Pelo menos é o que diz a pesquisa realizada por uma equipe britânica e finlandesa, publicada no journal Evolution, que tenta provar que a evolução continua aí, firme e forte. “Nós ainda estamos evoluindo”, afirmou a pesquisadora Elisabeth Bollun ao jornal britânico The Guardian. “Enquanto alguns indivíduos tiverem mais filhos e outros menos, existe o potencial para a evolução acontecer”.

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E aí, Darwin?

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Observando registros de nascimentos, casamentos e mortes em igrejas finlandesas, desde o começo do século 18, eles determinaram a árvore genealógica e o histórico familiar de 10 mil pessoas. E, com isso, a influência dos genes no sucesso reprodutivo.

No estudo, os cientistas separaram características de nascença (ou seja, genéticas) daquelas que são derivadas do ambiente, tipo educação e classe social. E relacionaram os genes à forma como as pessoas se reproduziram, como com que idade casavam e quantos filhos tinham. Segundo os pesquisadores, no século 19, entre 4% e 18% do sucesso reprodutivo poderia ser atribuído aos genes. Mas essa proporção aumentou hoje em dia. Os genes que auxiliam as pessoas a se reproduzirem mais, no ambiente atual, estão sendo favorecidos pela seleção natural. Em outras palavras, estamos nos adaptando melhor ao meio do que nossos tataravós.

Dra. Bollun explica a mudança: “É possível que nós, em sociedades modernas, tenhamos mais liberdade para expressar nossas predisposições genéticas porque influências sociais e normativas são mais relaxadas, e isso leva a diferenças genéticas entre nós explicando mais dos padrões reprodutivos”.

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Mas calma, não foi dessa vez que se descobriu que nossos filhos terão um sentido especial para detectar redes Wi-Fi ou braços mais longos para tirar selfies.

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Ou para fazer chover na Cantareira…

Segundo Bollund, é possível que a espécie humana esteja desenvolvendo mais resistência a câncer e doenças do coração, e que as  mulheres tenham ganhado a capacidade de se reproduzir com mais idades. Isso facilitam com que as pessoas tenham filhos, mesmo que decidam deixar isso para mais tarde, por conta da carreira ou não terem achado ainda sua cara metade –  problemas que não existiam no século 19, quando todo mundo casava cedo e começava a família já na lua de mel. Em todo caso, vai levar centenas de anos até que isso possa ser medido na prática. Melhor evitar antecipar as conclusões, né?

 

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