Lembro que, quando foi anunciado que, na Fase 2, a Marvel traria um filme dos Guardiões da Galáxia, minha primeira reação foi: “Hã? Guardiões do quê?”. Minha segunda reação foi ficar um pouco irritado por pensar que, de tantos heróis e equipes famosos e adorados por todos, eles escolheram uma equipe tão underground e que tem como integrantes um guaxinim e uma árvore. Pareceu até que havia sido uma escolha aleatória, como se tivessem decidido nos dados, ou de última hora. Mas oh! Quão errado eu estava em meu julgamento.
Guardiões é a prova definitiva de que a Marvel sabe o que está fazendo. O conjunto improvável de anti-heróis bem-intencionados resultou num grupo tão humano que a identificação com eles é imediata e acaba fazendo os Vingadores parecerem os extraterrestres. Sim, você vai se identificar até com o guaxinim.
No começo, vemos Peter Quill (Chris Pratt), que viria a autodenominar-se Star Lord, sendo levado para longe da Terra. Alguns anos depois, ele se torna um caçador de recompensas procurado por toda a galáxia. Ele só não esperava que, na busca por um orbe qualquer, entraria no caminho do ditador insano Ronan (Lee Pace), que pretende exterminar a raça Xandariana da galáxia por considerá-la uma doença.
Terror na barbearia: “EU FALEI PRA NÃO MEXER NO BIGODE!!!”
Peter foge com o orbe e tenta vendê-lo em Xandar, onde o guaxinim Rocket (Bradley Cooper), uma experiência genética que deu um pouco errado, e Groot (Vin Diesel), um ser arbóreo com poderes de regeneração, o encontram. Os dois tentam capturar o Star Lord para conseguir a recompensa que estava sendo pedida por sua cabeça.
É aí que entra em cena Gamora (Zoe Saldana), filha de Thanos, enviada por Ronan para reaver o orbe, mas que tem outras intenções para este. Os quatro causam uma enorme confusão no centro da cidade Xandariana e são enviados para uma prisão intergaláctica. Lá, encontram Drax (Dave Bautista), o típico cara grandalhão e não muito inteligente. Drax vem de um povo que não entende metáforas e busca sua vingança contra Ronan.
Juntos, eles conseguem escapar de lá e seguem em direção ao Colecionador, o mesmo que aparece rapidamente na cena pós-créditos de Thor – O Mundo Sombrio. Ele revela o verdadeiro poder do Orbe e a importância de que ele não caia em mãos erradas. O grupo então se compromete a não deixar que isso aconteça.
Groot foge da prisão: “Não sou muito de criar raízes”
O filme é composto por diversas cenas de alta tensão seguidas diretamente por alívio cômico, mas sem sobrecarregar com piadinhas desnecessárias e fora de hora. É o filme com maior tom humorístico da Marvel, sendo que Rocket, com seu sarcasmo equivalente ao de Tony Stark, é o principal piadista. Outras fontes de graça são Peter e seu jeito desencanado de levar a vida e também Groot, com todo seu vocabulário reduzido a “eu sou Groot”.
A trilha sonora também é digna de citação, contendo muitos sucessos dos anos 70 e 80, em contraste com o cenário futurista. Ela é um fator importante por mostrar a ligação de Quill com a Terra, o que também gera outras diversas referências à cultura pop norte-americana das décadas passadas.
O final é um pouco forçado, mas serve bem para introduzir a nova equipe no universo cinematográfico Marvel – mesmo que talvez seja um pouco difícil imaginar como os Guardiões possam interagir com os Vingadores, sendo de um estilo tão diferente.
Engraçado e despretensioso, Guardiões da Galáxia é um filme que vale a muito a pena conferir. E ainda conta com a participação da Karen Gillan (a Amy de Doctor Who), aquela linda!