Atualmente, grandes investigações policiais são conduzidas com a ajuda da mais alta tecnologia. Câmeras de segurança, comunicação instantânea por celular, hackers e impressões digitais são alguns dos fatores sem os quais as investigações da UAC (de Criminal Minds) não seriam realizadas. Mas, e se tudo de que você dispusesse para realizar uma investigação fossem sua própria inteligência e conhecimento acumulados, em uma época onde o próprio acúmulo de saber era considerado um ato de pecado?
Nessa delicada situação se encontrava frei Guilherme de Baskerville, membro da então jovem ordem franciscana em 1327, com sua existência ameaçada devido às suas pregações sobre a pobreza de Cristo, posição contrária à da Igreja Católica. Para resolver o impasse, um debate é marcado num mosteiro beneditino no norte da Itália. Mas o que se esperava ser apenas um debate teológico se torna para Guilherme um angustiante mistério, quando o Abade do mosteiro lhe pede para investigar a morte de um miniaturista, Adelmo de Otranto, cujo falecimento se deu em circunstâncias pouco comuns.
Seguidos assassinatos de monges ligados à parte acadêmica do mosteiro colocam Guilherme no rastro de um misterioso livro, cujo segredo talvez seja o motivo pelo qual vale a pena matar.
Narrada pelo noviço Adso de Melk, a história de O Nome da Rosa (Ed. Record, R$ 59,90) tem o grande mérito de conseguir juntar, em um só livro, três temas inicialmente distintos. Ela desenvolve o mistério por trás do sumiço de um livro raro, com uma trama digna dos romances de Stieg Larsson. Apresenta também interessantes debates teológicos, chegando a debater se a violência em nome de Deus seria justa. Mas, mais interessante, aborda o romance ao relatar o breve contato de Adso com uma garota simples do vilarejo, pela qual se apaixona.
O Nome da Rosa foi o romance de estreia do autor Umberto Eco, que, por ser também historiador, traz as mais verossímeis descrições possíveis sobre a época. Sem dúvida, essa obra está no meu top 10, e é recomendável tanto para leitores que queiram aprender mais sobre história quanto para aqueles que queiram variar o cenário de seus romances policiais. Deixe-se envolver pela trama, mas cuidado: uma vez que começar a ler, não vai querer mais parar.
#Ficaadica: não assista ao filme antes de ler o livro. Apesar de ambos terem finais diferentes, desde o começo da obra cinematográfica já é possível supor quem é o culpado, fato que, no livro você só descobrirá nas 30 últimas páginas…