Sendo um livro totalmente diferente dos outros, A Invenção de Hugo Cabret (Ed. SM, 533 pgs., R$ 50) encanta o leitor com as belas ilustrações e com a história misteriosa, na qual o suspense dita as regras.
Hugo Cabret é um menino órfão de 12 anos que vive escondido numa estação de trem na Paris dos anos 1930. Desde a morte dos pais, Hugo passou a cuidar dos gigantescos relógios que servem para informar as centenas de passageiros que passam por lá todos os dias. O menino adora ser um relojoeiro, pois ele gosta de escutar e cuidar das engrenagens das máquinas.
A sobrevivência de Hugo depende do anonimato. Ele tenta se manter invisível porque guarda uma relíquia incrível: um autômato que foi achado pelo pai de Hugo no museu em que ele trabalhava antes de morrer. Hugo consegue recuperar o autômato e reconstruí-lo com peças roubadas da loja de brinquedos da estação. Porém o severo dono da loja e sua afilhada, Isabelle, cruzam o caminho do garoto para mudar sua vida de uma vez por todas.
Apesar de o livro parecer infantil num primeiro momento, as páginas encantam leitores de todas as idades e preferências. Desde o primeiro capítulo, já ficamos apegados aos personagens, que são muito bem construídos.
A principal característica da narrativa é a mistura dos elementos dos quadrinhos e dos livros, oferecendo uma experiência diferente. A Invenção de Hugo Cabret possui mais de 150 ilustrações feitas com muito primor pelo próprio autor, Brian Selznick. Os desenhos são bastante integrados à trama, por isso o leitor tem que prestar atenção a cada gravura.
Na metade da obra, o enredo fica bastante focado na história do cineasta George Méliès, o que faz com que tudo esfrie e perca um pouco da empolgação. Mas não perca a vontade de ler, o final é surpreendente.
Vale lembrar que A Invenção de Hugo Cabret também conta com uma adaptação cinematográfica estrelada por Asa Butterfield (o novo Homem-Aranha, segundo dizem rumores) e dirigida por Martin Scorsese. O filme foi vencedor de 5 Oscars.