
Com uma escrita totalmente diferente da de outros livros de terror, Caixa de Pássaros (Ed. Intrínseca, 268 pgs., R$ 21,90) promete deixar o leitor apreensivo com a história bem elaborada e convincente que o autor, Josh Malerman, conseguiu criar.
Imagine um mundo em que as pessoas não podem abrir os olhos. As janelas e as portas ficam sempre trancadas e a confiança é uma coisa que não deve ser depositada em ninguém. Há algo nas ruas que não pode ser visto. Basta uma olhadela e a pessoa enlouquece, cometendo atos terríveis de violência contra ela mesma e contra as que estão ao seu redor.
Nesse mundo vive Malorie com seus dois filhos pequenos, Garoto e Menina (sim, esses são os nomes das crianças). A casa abandonada em que os três vivem está ficando cada vez mais velha e perigosa. Diante desse problema, Malorie se vê obrigada a sair da casa com os filhos – ambos muito bem treinados para ouvir qualquer som a quilômetros de distância.
Com o surgimento de uma misteriosa neblina, a família ganha coragem para sair da casa e embarcar num perigoso caminho pelo rio Michigan em busca de um lugar seguro onde possa viver em paz. Numa agonizante aventura em que qualquer barulho assusta os personagens da história, Caixa de Pássaros altera passado e presente, explorando até onde vai a loucura humana.
Em seu livro de estreia, Josh Malerman surpreende com sua história aterrorizante e cheia de reviravoltas. A narrativa é extremamente claustrofóbica e rápida. É possível ler o livro com uma velocidade impressionante, já que o autor desenvolve a obra com uma grande fluidez. A cada final de capítulo, o leitor fica sem fôlego e com uma aflição capaz de fazê-lo roer as unhas.
A trama abusa do terror psicológico, provocando calafrios em todos que se jogam dentro desse livro profundamente dark. Algumas cenas são tão cheias de tensão que se tornam deliciosamente assustadoras de serem lidas.
Malerman, apesar de novo na literatura, surpreende com sua escrita diferente. O autor se inspira em escritores como Stephen King e Edgar Allan Poe. Além do mais, ele gosta de escrever suas histórias ao som de trilhas sonoras de filmes de terror, como Grito de Horror e Creepshow.
Depois de ler Caixa de Pássaros, você nunca mais verá o mundo com os mesmos olhos, se é que você me entende…