O brasileiro José Goldemberg, reitor da universidade de São Paulo, o é uma das 21 personalidades de vários países (e único da América latina) escolhidas para dirigir o mais novo organismo internacional criado para trabalhar pela paz e a prosperidade na terra. O Fundo Internacional pela Sobrevivência e Desenvolvimento da Humanidade, a fruto das reuniões mantidas no ano passado em Moscou e por cientistas americanos e soviéticos preocupados com a questão das armas nucleares, pretende financiar projetos particulares de pesquisa na área de desarmamento. E ainda sobre as novas fontes de energia, combate à poluição e a miséria no terceiro mundo.
A fundação Rockefeller ajudará a pagar a conta desses estudos. Com sedes em Washington, Moscou e em Estocolmo, na Suécia, o fundo reúne figuras de grosso calibre, como o milionário americano Armand Hammer, dono da Ocidental Petróleo, o físico paquistanês Abdus Salan, prêmio Nobel de 1979, o ex-secretário de defesa dos EUA Robert MacNamara e o dissidente soviético Andrei Sakharov, prêmio Nobel da paz de 1975. “Para o terceiro mundo, a palavra sobrevivência significa combate ao subdesenvolvimento”, diz Goldemberg. “Só aceitei participar da direção do fundo porque ele se dispõe também a mexer com a pobreza.”