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Azul é a cor favorita da maior parte das pessoas. E a psicologia explica por quê.

Ele aparece em primeiro lugar desde as primeiras pesquisas sobre o tema, nos anos 1800. Entenda o que define qual é a sua cor favorita.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 27 jun 2022, 16h34 - Publicado em 21 jun 2022, 17h28

Pergunte a qualquer pessoa qual é sua cor favorita. Há uma boa chance de que você ouça “azul” como resposta. A professora Lauren Labrecque, da Universidade de Rhode Island, nos Estados Unidos, faz essa pergunta a todas as suas turmas. Ela já tem um slide preparado em que se lê “80% de vocês disse azul”. Geralmente, a professora está certa.

E essa preferência não é exclusiva dos universitários. Nos anos 1990, a empresa de giz de cera Crayola fez enquetes perguntando às crianças quais seriam suas cores favoritas – e o azul ficou em primeiro lugar. Na verdade, a cor azul é a predileta desde as primeiras pesquisas sobre o assunto. Ela já aparece no célebre “Teoria das Cores”, de Johann Wolfgang von Goethe, publicado em 1810.

Mas antes de explicar a obsessão pelo azul, é preciso entender o que leva as pessoas a ter uma cor favorita. Estudos mostram que a preferência por um tom ou outro está diretamente relacionada à experiência individual, e por isso pode mudar ao longo dos anos. Uma pesquisa publicada em 2013 mostrou que as preferências de crianças são menos consistentes, enquanto os adultos geralmente são mais firmes na resposta.

Com o tempo, as pressões sociais também influenciam na cor favorita – brinquedos e itens destinados a meninas, por exemplo, são cor-de-rosa. A preferência pela cor rosa entre meninas atinge seu ápice por volta dos cinco e seis anos de idade, e depois começa a cair. Os meninos, por outro lado, costumam rejeitar essa cor quando são mais novos, mas a tolerância aumenta na vida adulta.

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Tudo tem a ver com as relações que fazemos entre cores e imagens cotidianas. Um experimento conduzido pela Universidade da Califórnia analisou dois grupos de voluntários. Primeiro, todos eles viram imagens de quadrados com cores diferentes (vermelho, verde, azul e amarelo). Depois, viram imagens de objetos com essas cores. 

O primeiro grupo viu morangos e rosas vermelhas, com a intenção de trazer à tona emoções positivas. Mas também viram imagens nojentas como esgoto e gosma verdes. Com o segundo grupo foi feita a associação contrária: ferimentos vermelhos e sangue contra pastos verdes e kiwis. O amarelo e azul foram associados a objetos neutros, como um grampeador e uma chave de fenda.

Não é difícil deduzir o que ocorreu depois. A maior parte dos participantes mudou a preferência para a cor que suscita sentimentos positivos, dependendo do grupo em que estavam. No dia seguinte, os pesquisadores mostraram os mesmos quadrados coloridos, e perceberam que a preferência dos voluntários havia mudado novamente – provavelmente porque foram influenciados por fatores externos ao laboratório. “Pense na preferência de cor como como um sumário das suas experiências com aquela cor: a sua rotina no mundo real infuencia esse julgamento” disse Karen Schloss, pesquisadora que conduziu o estudo, à BBC.

Isso ajuda a explicar por que o azul é tão popular. É quase impossível não associá-lo ao céu claro e ao mar calmo. Da mesma forma, é difícil pensar em uma imagem negativa atrelada ao azul. Em uma pesquisa conduzida pela YouGov nos Estados Unidos, o azul ficou em primeiro lugar entre todas as faixas etárias e grupos sociais. Já o marrom ficou em último – geralmente associado a sujeira e podridão. 

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Mas não fique preocupado caso a sua cor favorita seja marrom ou qualquer outra menos popular. Talvez você lembre da geladeira bege da casa da sua avó, ou da camisa verde-escura do seu avô – de toda forma, a sua cor favorita está relacionada à sua experiência.

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