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Mercado do tempo

Tempo não é dinheiro: bem ou mal investido, ele sempre vai acabar. Aprenda a lidar com este bem perecível, intransferível e precioso. Para controlá-lo, é preciso entendê-lo

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Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 3 jan 2011, 22h00

Emiliano Urbim

Natal já tá aí. O ano passou voando. É a vida, cada vez mais corrida. Vinte e quatro horas é pouco – precisava um dia maior para pôr tudo em dia.

Contra esses lugares-comuns, boa parte dos manuais prescreve doses regulares de priorização, planejamento, multitasking, lembretes, listas e agendas, analógicas e digitais. Mas a ciência tem uma receita diferente: você não vai aprender a controlar seu tempo encarando um calendário. Antes, é necessário olhar para outros lugares.

Sua compra do mercado, por exemplo: é para resolver uma refeição ou o resto da semana? Tem aqueles orgânicos que você prometeu consumir? Aliás, você trouxe uma lista? É no dia a dia que se revela nossa habilidade de cumprir planos.

Não é algo que você nasce sabendo. A forma como você gasta e às vezes ganha tempo é influenciada por fatores culturais, geográficos e econômicos. Tudo isso resulta na sua orientação temporal, uma fórmula pessoal de encarar passado, presente e futuro. Mas uma coisa vale para todos nós: o tempo passa. Melhor aprender a lidar com ele e acompanhar seu ritmo, antes que ele acabe ultrapassando você.

Natural x artificial
Um segundo não é a 60ª parte de 1 minuto. Desde 1967 ele foi redefinido pelo Sistema Internacional de Unidades como “a duração de 9 192 631 770 ciclos de radiação de uma transição eletrônica no átomo de césio-133”. Em 1997, um adendo: “a -273,15 °C”. Usar um átomo para medir o tempo sugere que segundos, minutos e horas estavam aí, esperando ser descobertos. Mas o tempo do relógio é tão artificial quanto recente – ainda estamos nos adaptando a ele.

Basicamente, sua mente é uma máquina de 150 mil anos que se desdobrou para acompanhar os últimos 150. Ela é do tempo dos índios pirarrãs, exemplo de pré-história em pleno século 21. Os pirarrãs, que vivem no Amazonas, não têm palavras para descrever passado e futuro, só o que aconteceu hoje. A refeição, a dança e o sono começam quando a natureza pedir. É assim que viviam os primeiros grupos humanos.

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Enquanto nossos antepassados só se ocupavam de sobreviver, não havia muito estímulo para planos e memórias. Mas o domínio do ambiente permitiu que se chegasse aos sofisticados conceitos de “ontem” e “amanhã”. Os primeiros astrônomos aprenderam a medir as fases da Lua e a passagem dos anos. Relógios de sol mediam as divisões do dia, e relógios de água, ancestrais daqueles de shopping, a passagem da noite. Outras coisas que fluíam ou se consumiam, como areia, velas e incensos, também eram usados, mas “amanhecer”, “sol a pino” e “anoitecer” ainda eram horários mais confiáveis.

Só na Idade Média surgiram os primeiros relógios mecânicos. Mas não tinham ponteiros nem números: mais do que mostrar, eles “soavam” o tempo, tocando um sino na hora de rezar. Em 1656, um matemático holandês criou o primeiro relógio de pêndulo, que na virada do século, com o avanço tecnológico, já marcava até minutos com precisão. Agora era possível provar que alguém estava atrasado 15 minutos – ao menos dentro nos limites municipais.

Sim, cada cidade tinha seu horário, calibrado pelo meio-dia local. Foi o trem, um meio de transporte com hora para sair e chegar, que forçou a padronização. Levou um tempo, claro. Alguns relógios ingleses de meados do século 19 possuíam dois ponteiros de minutos: o do “horário local” e o “da ferrovia” – na verdade, o do meridiano de Greenwich, que se tornaria a hora oficial em 1880, abrindo caminho para a adoção dos fusos horários.

Logo o “horário da ferrovia” era a hora certa. Para que o mundo todo se movesse como uma locomotiva, escola, trabalho, lazer e descanso ganharam hora para acontecer. Como reparou o historiador Helmut Kahlert, o relógio, antes tão útil quanto um chafariz, foi se aproximando dos seres humanos: da torre da igreja para a sala da casa, passando pelo bolso até chegar ao pulso – mesmo no celular, ele continua bem próximo.

Em menos de um século, a Revolução Industrial transformou em planilha um mundo que ainda tinha muito de pirarrã. Não é à toa que nosso cérebro às vezes tem dificuldade de acompanhar o ritmo. Mas esse processo não chegou de maneira uniforme a todas as sociedades modernas – inclusive a uma sociedadeque você conhece bem.

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Rápido x devagar
Ao chegar ao Brasil, em 1976, as primeiras palavras que o americano Robert Levine aprendeu não foram clássicos como “samba” ou “caipirinha”, mas “calma” e “amanhã”. Na Universidade Federal de Niterói, nenhum de seus alunos de psicologia social parecia se importar com horários e datas. Com o tempo, ele se rendeu aos atrasados, até porque o exemplo vinha de cima: entre seus colegas, não havia compromisso capaz de abreviar um bom almoço. Após um ano de “desorientação, frustração, fascínio e obsessão” com o país em que ônibus paravam para o motorista passar na padaria, Levine decidiu que ia estudar os diferentes passos do mundo.

Em uma de suas pesquisas, o professor mediu os mesmos 3 índices em dezenas de países: velocidade de pedestres, duração de atendimento em bancos e a hora certa dos relógios. Para supresa de ninguém, o 1º lugar ficou com a Suíça, seguida de Alemanha e Japão. Já o Brasil só escapou da lanterna graças à Indonésia e ao México. “Não se trata simplesmente de povos lerdos e povos apressados”, esclarece Levine. A raiz da diferença é que, enquanto algumas sociedades já estão totalmente no “tempo do relógio” trazido pela Revolução Industrial, outras ainda curtem resquícios do “tempo do evento”.

No tempo do relógio, é ele quem comanda o início e o fim das atividades. No tempo do evento, as atividades começam e terminam quando, por consenso, os envolvidos consideram que é a hora certa. Isso é muito claro em partes da África onde vale o “tempo africano” – basicamente, uma falta absoluta de senso de urgência. Não que todo mundo leve na boa: em 2007, a Costa do Marfim chegou a fazer uma campanha chamada “O Tempo Africano Está Matando a África – Vamos Lutar contra Ele”.

Comparando cidades, Levine concluiu que a rapidez parece ser fruto do capitalismo: quanto maior a economia local, sua diversificação, a densidade populacional e a cultura individualista, mais rápido é o ritmo da vida. E uma cidade acelerada atrai gente acelerada e expulsa os lerdos, criando um ciclo de aumento da velocidade nas metrópoles. No Brasil, por exemplo, já é comum que paulistanos considerem o ritmo de outras regiões (especialmente os serviços) muito lentos.

Claro que isso traz problemas: regiões apressadas apresentam um índice maior de obesidade, estresse e doenças do coração. Por outro lado, o psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi descobriu que os mais deprimidos são justamente aqueles que não têm pressão temporal nenhuma. Pelas pesquisas do professor Levine, as pessoas que andam mais rápido se dizem mais satisfeitas com a vida de uma maneira geral e ganham mais dinheiro.

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Vale lembrar que aquele levantamento em que o Brasil ficou em antepenúltimo foi feito no início dos anos 90. “Soube que houve muito progresso econômico nos últimos 20 anos. Portanto, se minhas teorias estão certas, o ritmo de vida acelerou e vocês já devem ter subido algumas posições”, afirma Levine.

Mesmo que apressemos o passo, vamos continuar sofrendo de um mal que aflige de banqueiros suíços a tribos africanas: todo mundo deixa pra depois. Quando se trata de gerenciar o próprio tempo, lerdos e apressados sofrem com a procrastinação.

Agora x depois
Procrastinar é não fazer aquilo que você deveria estar fazendo – mas sem curtir essa folga. Procrastinar é diferente de matar aula para ir ao cinema: ainda que envolva evitar tarefas não prazerosas, não dá prazer. Ao contrário, é uma atividade angustiante. É esse contorcionismo mental que chama a atenção dos especialistas: você precisa muito fazer isto, mas alguma coisa dentro de você acaba desviando a sua atenção para qualquer outra coisa. A internet, claro, deixou tudo mais complicado.

Um editorial do American Journal of Psychiatry comparou: “Decepcionar-se por não conseguir realizar uma tarefa longa conectado é como fornecer doses de ópio para operários no meio do expediente e se surpreender quando isso se torna um problema”.

Para David Meyer, neurologista da Universidade de Michigan, é um problema de saúde: se os viciados em internet pudessem ver sua mente, teriam surpresas desagradáveis, como fumantes que veem seus pulmões. Para o economista Herbert Simon, trata-se de um problema de alocação de recursos. Informação consome nossa atenção. Logo uma riqueza de informação causa escassez de atenção. Cabe a nós resistir ao instinto de ficar atento à distração.

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Outro impulso a ser combatido é a gratificação imediata. Há um experimento clássico em que uma pessoa é solicitada a escolher se quer R$ 100 agora ou R$ 110 amanhã; a maioria quer R$ 100 agora. Em outro momento, a oferta é R$ 100 daqui a 30 dias ou R$ 110 daqui a 31 dias; aí, a maioria espera. Na essência, as duas ofertas são idênticas – você espera um dia a mais e ganha R$ 10 pela paciência. Na prática, fazemos escolhas melhores quando pensamos no futuro, mas não quando o dilema está na nossa cara. É por isso que a lista de filmes que você quer ver antes de morrer é repleta de clássicos, mas você sempre acaba assistindo à reprise de Se Beber, Não Case ou Mamma Mia. Da mesma forma, você planeja uma tarde de trabalho e, quando vê, a tela do computador tem trocentas abas abertas e nelas há de tudo, menos trabalho.

Contra esse tipo de atraso, psicólogos, filósofos e até economistas paternalistas têm se rendido ao que eles chamam de “vontade estendida” – ferramentas externas que ajudam a nossa parte que quer trabalhar. Um estudo do M.I.T. mostra que esse controle não precisa vir necessariamente de cima para baixo. Confrontados com as opções de entregar todos os trabalhos no fim do semestre ou acertar datas de entrega diferentes, a maioria preferiu a segunda alternativa. Moral da história: em vez de se expor à vagabundagem involuntária, eles preferiram um controle externo para fazer o que racionalmente queriam – estudar.

Outro exemplo de vontade estendida são os programas de computador que protegem você da sua própria procrastinação. Com nomes sugestivos como Freedom (“Liberdade”) e Isolator (“Isolador”), eles podem bloquear o Facebook ou mesmo cortar todo o acesso à internet por horas. Para roubar no limite autoimposto, é preciso desligar o computador – uma barreira que, dizem, garante o foco da maioria. A máquina baleada é mais útil do que 100% operacional.

Ou seja, é preciso observar seus hábitos e admitir seus desejos e falhas para conseguir fazer o que quer na hora em que quer. Sem esse exame, listas e agendas são tão úteis quanto figas e trevos-de-quatro-folhas. Mas, antes de encerrar o assunto, é bom ficar atento para o fato de que atrasar as coisas pode não ser culpa sua, mas das coisas. Vale parar pra pensar se você está procrastinando porque, lá no fundo, não vê sentido naquela tarefa. Se for o caso, é melhor deixar pra depois mesmo. Antes, você precisa conhecer um negócio que se chama “perspectiva temporal”.

Curtir x planejar
Quando você relembra o passado, é com nostalgia ou remorso? Quando encara o presente, é com prazer ou desgosto? E o futuro, traz medo ou esperança? A maneira como você responde essas perguntas se reflete nos seus pensamentos, sentimentos e comportamentos – ou seja, em tudo que você faz.

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Essa atitude que cada um tem em relação ao tempo é chamada de perspectiva temporal. Quem criou o conceito foi Philip Zimbardo, papa da ciência do comportamento desde que, em 1971, sacudiu Stanford com um experimento em que alunos comuns passaram a se comportar como guardas e prisioneiros. Para Zimbardo, apesar de geralmente inconsciente, a perspectiva temporal é de suma importância: “Por meio dela, nossas experiências são agrupadas em categorias que dão ordem, coerência e significado a nossa vida”.

Através da aplicação de um teste padronizado ao longo de 20 anos, foi possível ver que nossa perspectiva se divide em 5 orientações: passado negativo, passado positivo, presente fatalista, presente hedonista e a futurista. (Você pode descobrir a sua fazendo o teste no site da SUPER – super.abril.com.br/testes.)

Simplificando bastante, se todos comparecessem a uma reunião de formatura, o passado positivo estaria morrendo de saudade de todos e o passado negativo só citaria memórias ruins da faculdade. O presente hedonista iria beber, comer e dançar bastante, enquanto o fatalista talvez nem viesse. Já o futurista, que se cuida, iria parecer menos velho que os outros e já começar a planejar a reunião seguinte. Claro que ninguém é unidimensional como esses personagens. A sua perspectiva é uma mistura de todas, mas sempre tem uma que predomina sobre as outras, como as características atribuídas a um signo do horóscopo.

O seu passado, por exemplo, é uma questão de atitude: valorizar memórias boas evita que você viva lamentando ou reconhecendo erros. Até porque você pode hackear suas memórias. Em um experimento, a psicóloga Elizabeth Loftus, da Universidade da Califórnia, mostrou seguidas vezes um vídeo de carros batendo para dois grupos. O primeiro, ao ser perguntando como fora a “batidinha”, não viu nada de mais. O segundo, inquirido sobre o “acidente”, relatou sangue, vidro quebrado, destroços – e nada disso estava no vídeo. Esse é um exemplo de como a memória muda com informações do presente. Com certeza, lembranças arquivadas como “acidentes” podem ser vistas como “batidinhas”.

As perspectivas do presente e do futuro são as mais comuns, e as que mais entram em conflito. Situações citadas ao longo do texto, como apego ao tempo natural, ritmo lento de vida e procrastinação, podem todas ser debitadas na conta do presente. No outro extremo, pontualidade, ritmo acelerado e apego ao planejamento são características da orientação para o futuro. Qual das duas você acha que todos querem ter?

Velozes e ciosos
Não dá para negar: o mundo é de quem anda mais rápido e pensa mais longe. Estudar, poupar e planejar são todos pré-requisitos para a entrada na classe média. Com o progresso econômico pessoal e coletivo, o mundo se acelera. A não ser que você seja um pirarrã ou ligado a uma instituição parecida com a que Robert Levine encontrou em Niterói, não adianta tentar voltar o relógio. Fantasias urbanas à parte, seus estudos mostram que a vida lenta é o caminho mais curto para o tédio e a depressão. O jeito é relaxar e abraçar a velocidade. (Se quiser começar agora, o quadro à esquerda tem várias dicas.)

Para começar, não é impossível se concentrar em um mundo online. Como lembra Winifred Gallagher, autora de Rapt (“Focado”, sem versão em português), a tecnologia é neutra. “Se você para tudo que está fazendo cada vez que recebe uma mensagem, a culpa não é da máquina, é sua.”

Ao mesmo tempo, distração não é um mal em si. Nenhuma atividade criativa vai fazer juz ao nome sem um passeio mental, que permite associações inusitadas. Foco e distração são a sístole e a diástole da mesma consciência. Para quem teme que as crianças de hoje, nativas digitais, nunca aprendam a focar em uma tarefa por tempo suficiente, neurocientistas apostam que elas vão é se concentrar em tarefas simultâneas.

Mas, se o futuro é a orientação ideal, não deve ser a única. É preciso valorizar as tradições, que nos fizeram quem somos. Também cabe um hedonismo: ao lado do acelerador está o freio, pra que o dia tenha duas dúzias de horas e o ano não passe em branco. Falar nisso, o Natal já tá aí – como vai ser o seu?

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Foco no passado
Enxergando ontem com olhos de hoje

Muito do que você faz tem a ver com o que já fez. Quando essa tendência é acentuada, não há margem de manobra: você acaba repetindo os mesmos acertos e erros. Quem tem foco positivo no passado reúne parentes e gosta de montar álbuns de família; na variação negativa, fica remoendo o que poderia ter sido. Para o psicólogo social Philip Zimbardo, é uma perspectiva desejável, “mas não pode ser o centro da vida de ninguém, em nenhuma idade”.

TEIMOSIA
Em vez de tentar algo novo, como trocar o coador de café por uma cafeteira, preferem manter os velhos hábitos.

NOSTALGIA
Buscam se cercar de símbolos do passado. Podem ser fotos antigas ou até produtos que consumiam na infância.

FIXAÇÃO
Evitam comidas novas, não se expõem a músicas ou filmes não familiares e têm dificuldade em cultivar novas amizades.

SEGURANÇA
Não são de correr riscos, optando pelas soluções que já conhecem. Mesmo que surjam produtos revolucionários, tendem a continuar usando os antigos.

Foco no presente
O que importa é o momento, a vida é pra ser vivida

O foco no presente é o mais comum – e ao qual é mais difícil resistir. Afinal, é nele que o ser humano viveu milhares de anos, quando tudo o que importava era chegar vivo ao fim do dia. O “presentista” é impulsivo e ansioso, sempre se divertindo ou buscando diversão. Na variação hedonista, é a alma da festa. Na fatalista, tende à depressão. Bem utilizada, é uma perspectiva ótima: por que deixar pra amanhã o que se pode curtir hoje?

SEDENTO
Impulsivos, têm mais possibilidade de se complicar com álcool e outras drogas.

SEDENTÁRIO
Pouco adeptos de exercícios, comem mal, sabotam dietas e vão pouco ao médico.

PERDULÁRIO
Gasta no que não deve e o que não tem, valorizando a satisfação do consumo imediato.

PERDIDO
Não é pontual, privilegiando a vida pessoal a compromissos.

Foco no futuro
Planejar, poupar e se conter são as prioridades

“Pode-se creditar o sucesso da civilização ocidental à orientação futura de muitas populações”, diz Philip Zimbardo. É a perspectiva que todos querem (ou ao menos sabem que deveriam) ter. Passa a ser um problema quando o olho no amanhã impede que você aproveite o hoje. Correr é importante, mas saber desacelerar é mais importante ainda.

LOGÍSTICA
Compram antes ou estocam aquilo que sabem que vão precisar.

PRECAUÇÃO
Não costumam ter surpresas – e não gostam delas. Fazem tudo para que a coisa siga conforme o plano.

POUPANÇA
Bem-sucedidos profissionalmente, cuidam das finanças e costumam estar preparados para emergências.

CONTROLE
Pesam a gratificação imediata contra os custos futuros, o que se reflete em uma alimentação mais saudável, por exemplo.

PREVENÇÃO
Pensando no futuro, tendem a ter menos vícios, dirigir mais devagar e usar camisinha. Fazem exercícios e marcam exames preventivos.

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Corro. Demais!
Dicas para acelerar sem perder o ritmo

Observe
Procure andar mais com quem foca o futuro. Veja como é o mundo deles. É preciso ter um exemplo próximo de alguém que cumpre metas, para acreditar que é possível.

Inverta
Reordene sua caixa de entrada de e-mails para que os mais antigos fiquem no alto da lista. Resolver o passado libera o futuro. Aliás, isso vale para muito mais coisas além de e-mail.

Distraia-se
Não precisa se punir quando estiver com a cabeça em outra coisa: vagabundagem mental é essencial para o processo criativo. Um minuto de distração pode inspirar horas de foco.

Cronometre
Subestimamos o tempo das tarefas, seja por ignorar a duração delas no passado, seja por não prever imprevistos. Descubra o tempo que as coisas duram para se planejar direito.

Evite
Aprenda a dizer “não” – saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. Tempo é precioso: dê um pouco a si mesmo.

Pare
Agende blocos de tempo apenas para pensar nos seus dilemas – um momento sem TV, computador ou telefone, só com você. Se quiser, pode chamar de meditação.

Separe
Multitasking é mito: até computador derrapa pra fazer tarefas simultâneas. Se não for algo simples, como lavar louça e ouvir música, melhor fazer uma de cada vez.

Aliste-se
O ideal é fazer listas que você possa cumprir em um dia – uma semana já é muito tempo. Nunca coloque tarefas vagas: quanto mais específico, melhor.

Cuide-se
Exercício e dieta balanceada não aceleram só o metabolismo – eles aumentam seu foco e sua concentração, permitindo que você complete seu trabalho em menos tempo.

Fontes Do it Tomorrow and Other Secrets of Time Management, Mark Forster; Shed Your Stuff, Change Your Life, Julie Morgenstern; Getting Things Done, David Allen.

Para saber mais

The Thief of Time
Chrisoula Andreou e Mark D. White (org.), Oxford University Press, 2010.

Geography of Time
Philip Zimbardo e John Boyd, Free Press, 2009.

The Time Paradox
Robert Levine, Basic Books, 1998.

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