Morrer na praia
Os tsunamis, as ondas gigantes, devastam tudo. Em julho passado, mataram 2 000 pessoas em Papua Nova Guiné.
Primeiro, um ligeiro tremor de terra. Dez minutos depois, ondas gigantescas, que podem atingir 60 metros de altura – os chamados tsunamis – varrem a costa e invadem o continente, arrasando o que encontram pela frente. Foi isso o que ocorreu no noroeste de Papua Nova Guiné, na noite de 17 de julho passado. Os três tsunamis que atingiram a pequena ilha no Oceano Pacífico nem foram dos maiores – chegaram a “apenas” 7 metros de altura. Ainda assim, mataram mais de 2 000 cidadãos. Como sempre, a fúria dos mares nesse caso também foi resultado de um forte tremor de terra, ocorrido no meio do oceano. “A placa tectônica do Pacífico está entrando sob a placa Australiana”, explica o geólogo Marcelo Assumpção, da Universidade de São Paulo. Traduzindo: a fatia de solo sobre a qual se apóia o Oceano Pacífico está se “engavetando” sob a fatia da Austrália.
Isso faz com que o solo submarino fique instável, criando os tremores. Aí, a água é chacoalhada. E, ao contrário das ondas normais, que se formam pela ação do vento e caminham na superfície do oceano, os tsunamis viajam submersos. Só quando encontram regiões mais rasas levantam as imensas paredes d’água.
1. Duas fatias do subsolo oceânico deslizam uma sobre a outra, provocando um terremoto submarino.
2. O terremoto libera energia na forma de ondas que caminham por baixo da superfície, a mais de 500 quilômetros por hora.
3. Onde o mar é fundo, as ondas de energia se espalham muito e chegam muito amplas à superfície. Sacodem tão pouco a água que nem são percebidas.
4. Quando as ondas energéticas chegam a locais rasos, têm menos espaço para se expandir.
5. Sem “caber” no volume de água existente ali, a energia levanta grandes paredes que vão estourar na praia.