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Povos Isolados – Encontre sua tribo

Eles vivem pelados e penteiam-se com lama. Mas também praticam cross-dressing e se casam, vivendo em moradas separadas. Arcaicos ou modernos? Visite alguns dos nativos mais intrigantes do mundo para tirar a teima

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 19 Maio 2012, 22h00

Tribo: MOKEN
Onde: Arquipélago de Mergui, Mianmar, a 800 km da capital Yangon
Quantos: 3 mil

As crianças desse povo que vive ao sul de Mianmar, no mar de Andaman, aprendem a nadar antes mesmo de caminhar. Não podia ser diferente para um grupo que passa pelo menos oito meses em embarcações chamadas de kabang e está acostumado a mergulhar a 20 metros de profundidade, sem qualquer equipamento, para buscar o prato do dia. No balanço das ondas, os moken educam os filhos, dormem, domesticam cães, gatos, galinhas… Esses ciganos do mar só retornam à terra firme (leia-se, algumas das mais de 800 ilhas que formam o arquipélago de 36 mil km2) na época das monções, quando aproveitam para construir novos kabang. Estão tão adaptados à vida no mar que a pesquisadora Anna Gislon, da Universidade de Lund, na Suécia, mostrou que além de aprenderem a nadar antes de andar, as crianças também enxergam melhor embaixo dágua.

Como encontrá-los: Conheça os passeios da região, como mergulho e outros esportes aquáticos. www.mergui.org

Tribo: DANI
Onde: Vale Beliem, uma das regiões mais férteis de Papua-Nova Guiné
Quantos: 230 mil

Taí um exemplo de povo paciente. As moças que atingem a maturidade sexual têm de esperar a cerimônia coletiva de casamento que acontece uma vez a cada 5 anos, durante a Festa do Porco. E tudo que é bom dura pouco. Elas ficam grávidas, nasce o primeiro filho, e o casal deve aguardar entre 4 e 6 anos para fazer sexo de novo. Mas os homens compensam um pouco transando com outras mulheres, pois são poligâmicos. Os dani representam só uma das quase mil etnias que vivem em Papua-Nova Guiné. Há 830 línguas catalogadas na ilha o que garante ao país o primeiro lugar mundial no quesito diversidade linguística. No meio de tanta gente e tantos fonemas diferentes, como reconhecer um dani? Fácil. Eles usam um acessório para cobrir o pênis, a koteka, espécie de capinha feita de cabaças ou esculpida em madeira, bem comprida e vestida sempre na posição ereta. Se ainda assim ficar na dúvida, foque no rosto: em diversas ocasiões, haverá um par de chifres semicirculares ligando o nariz aos ouvidos. Soa assustador, mas é só fachada. Os dani já se tornaram especialistas em receber visitantes e adoram posar para fotos.

Como encontrá-los: A operadora Journeys International organiza passeios pela região. Prepare-se para longos trekkings nas montanhas. www.journeys.travel

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Tribo: KALASH
Onde: Extremo noroeste do Paquistão, nas montanhas Hindu Kush
Quantos: 3 mil

Nos vales das montanhas Hindu Kush, na fronteira com o Afeganistão, mulheres usam longas roupas fechadas. Mas, fora isso, não têm quase nada em comum com as muçulmanas do resto do país. Protegidos pela neve da cordilheira do Himalaia, que bloqueia as estradas no inverno, os 3 mil membros da tribo politeísta kalash se dizem descendentes de Alexandre, o Grande, e sustentam rituais pagãos num país onde 98% da população obedece rigidamente às regras do Islã. Durante os festivais que celebram mudanças de estação, as mulheres bebem álcool e dançam, pintam o rosto e penduram contas coloridas no pescoço. Também vale dançar homem com homem e mulher com mulher, e inverter os trajes, tipo festa do trocado. E tem mais. No passado recente, os kalash escolhiam um menino pré-adolescente para passar 6 meses isolado nas montanhas comendo queijo de cabra, animal de grande significado religioso por ali. Se sobrevivesse, ele tinha 24 horas para voltar à tribo, em um dia de festa, e fazer sexo com todas as mulheres que quisesse valia mulher do próximo e até a sua mãe. As crianças nascidas dessa orgia eram vistas como abençoadas. O ritual causava repulsa e protestos virulentos na sociedade paquistanesa, e hoje os kalash juram tê-lo deixado para trás.

Como encontrá-los: a Wild Frontiers leva até lá, de abril a novembro. www.wildfrontiers.co.uk

Tribo: NYAGATONS
Onde estão: No baixo vale do rio Omo, sul da Etiópia, a 800 km da capital Adis-Abeba
Quantos são: 27 mil

Na região onde foi achado o fóssil mais antigo do Homo sapiens (de 195 mil anos), diversas tribos ainda parecem viver como nossos ancestrais. Com atualizações, é verdade. Mursi, karo, hamar e nyagaton fazem guerra por gado e território. Mas os mais numerosos, os nyagatons, desde os anos 80 já abandonaram as lanças em favor dos fuzis G3 e AK-47, vindos da guerra civil no Sudão. Seus melhores atiradores ostentam cicatrizes entre o abdômen e o rosto as marcas feitas com pregos, facas, pedras e cinzas contabilizam os inimigos mortos. A educação guerreira começa cedo. Aqui vale o ditado “vergonha é roubar e não poder carregar”. Crianças pegas em flagrante num delito levam chicotadas não pra entrar na linha, mas aprender a fazer o serviço direito. E só chega a isso quem nasce com o corpo perfeito. Bebês cujos dentes superiores irrompem antes dos inferiores simbolizam desgraça. São deixados no campo com a boca cheia de terra.

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Como encontrá-los: A Global Descents faz uma expedição de 23 dias pelo Omo, que inclui rafting, além de refeições com essas tribos. www.globaldescents.com

Tribo: MOSUO
Onde: Às margens do lago Lugu, no sudoeste chinês, a 2 700 m de altitude, perto da fronteira com o Tibete Quantos: 40 mil

Elas mandam, eles obedecem. Assim é nesse pedaço da China. Ao menos no que diz respeito aos assuntos privados. As mulheres são herdeiras dos bens familiares e inteiramente responsáveis pela educação dos filhos, que levam seu sobrenome. Não há sequer palavras específicas que signifiquem pai ou marido e não é socialmente relevante saber de quem veio o esparmatozoide que originou o filho. Aos homens cabem as decisões políticas da comunidade, abater os animais e concentrar o resto de suas energias para encontros noturnos. Embora possam ter quantos parceiros desejarem, as mulheres mosuo costumam trocar de companheiro poucas vezes na vida e não é comum manterem relações com vários homens no mesmo período. Há mais de 2 mil anos, os mosuo praticam o zou hun, um relacionamento em que o casal vive em residências separadas e se encontram secretamente à noite o homem só entra no quarto da mulher quando convidado, e deve sair antes do amanhecer, impreterivelmente. Quanta modernidade.

Como encontrá-los: Contate a Associação Cultural Mosuo. São 200 km de estrada entre Lijiang, na província de Yunnan, e as comunidades Mosuo. www.mosuoproject.org

Sem laquê

Numa tribo hamar, um dos povos do vale do Omo, o que interessa mesmo é o hair style. Esses plantadores de sorgo e milho investem até 3 dias na confecção de penteados modelados com gordura animal e lama, tingidos com pigmentos naturais e enfeitados com penas e contas. Pra não estragar o look, os homens dormem em posição fetal dentro de barris almofadados. Parece que fotos de Justin Bieber ainda não chegaram por lá.

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Eles não estão no Facebook
Quantas são as tribos não contatadas

Em 2008, a imagem de uma tribo isolada com o corpo pintado de vermelho que vive às margens do rio Pardo, fronteira do Brasil com o Peru, correu o mundo. O jornal britânico The Observer chegou a dizer que a foto (abaixo) era farsa. Mas mesmo num mundo devoto de redes sociais ainda existe isolamento. Para a ONG Survival International, são 107 as tribos não contatadas no mundo. A maioria está em Papua Ocidental (parte da ilha de Nova Guiné que pertence à Indonésia), e na Amazônia (e aqui vão o Peru, o Equador, a Venezuela, o Brasil…). Aqui vivem principalmente ao longo do rio Boia, mas vão até ao Maranhão, onde vivem os awá, uma das últimas tribos nômades das Américas. Também se acredita que centenas de totobiegosode do Paraguai não sejam contatadas. Em uma das Ilhas Andaman, na Índia, os sentineleses são aclamados como o povo mais isolado do planeta – e comparados com os homens do Paleolítico, de 10 mil anos atrás. Apesar das tentativas do governo, nunca se mostraram abertos ao contato. Seriam 250 pessoas, que matam quem quer que se infiltre em sua área.

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