Bebidas alcoólicas, muitas vezes, são uma da maiores pedras na coluna formadora da cultura de uma nação. Pense na França sem vinho, no México sem tequila e no Brasil sem cachaça, por exemplo. Mas, dentre todas as bebidas típicas de um lugar, talvez nenhuma tenha o status que a vodca tem para a Rússia. Ela já foi o centro da economia do país nos tempos do czarismo e sempre esteve presente nos principais momentos da história russa. Junte a isso o fato de a vodca ser o destilado mais consumido do mundo e temos um ícone quase imbatível.
Mas, como diria o já manjado dito, faltou combinar com os russos.
Hoje, a cerveja é a bebida mais consumida do país. Os mapas abaixo mostram como a preferência mudou na Europa ao se comparar 1990 com 2015. Não foram só os russos, outros povos também trocaram de copo, como poloneses e suecos.
Dá para perceber um claro avanço da cerveja em direção ao leste. Com a queda do Muro de Berlim e a abertura dos países da antiga Cortina de Ferro nos anos 1990, as bebidas tradicionais começaram a perder lugar. Na Ucrânia, por exemplo, destilados caíram de “grande preferência” para apenas “preferência”. Na Letônia, assim como na Rússia, houve a mudança dos destilados para cerveja.
É curioso notar também que até 1990 a bebida mais consumida no continente era aquela pela qual o país é mais conhecido. Predileção por vinho nos países mediterrâneos, cerveja na Europa Central e no Norte, destilados na Europa Oriental. Os Bálcãs, uma península que mistura povos, religiões e culturas com maior intensidade que no resto do Velho Mundo, refletem o caldeirão. Vinho, cerveja e destilados ainda se distribuem de maneira mais ou menos semelhante na região.
Os dados são da Organização Mundial de Saúde.