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4 diferenças entre a HQ e o filme da Turma da Mônica

O longa é baseado na graphic novel "Laços", obra dos irmãos Victor e Lu Cafaggi - mas não é idêntico à ela. Veja algumas dessas mudanças.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 8 jan 2021, 11h51 - Publicado em 19 jun 2019, 17h23

Na primeira cena em que a protagonista do filme aparece na telona, a câmera baixa faz suspense para mostrar o rosto da garota e foca em símbolos clássicos: o coelhinho de pelúcia azul e o vestidinho vermelho. Finalmente, um live action da Turma da Mônica está entre nós.

Para quem é fã do universo de Maurício de Sousa, que existe há 60 anos, pairava uma empolgação, mas também um medo. Será que daria certo essa adaptação? Iriam encontrar crianças que dariam vida fielmente aos personagens? Antes de mais nada, é bom acalmar o coraçãozinho dos ansiosos: o filme é a melhor adaptação que a Turma da Mônica poderia ganhar para as telonas.

Muito desse acerto se dá pela escolha da trama: o longa é baseado na graphic novel Laços, obra dos irmãos Victor e Lu Caffagi. Essa HQ faz parte do projeto Graphic MSP, encabeçado pelo editor Sidney Gusman – mais conhecido como Sidão. Ele propôs que quadrinistas brasileiros recriassem os personagens clássicos da turminha com seus próprios traços, e contassem histórias mais longas e totalmente originais. Dessa parceria surgiu o roteiro que inspirou a HQ e, agora, o longa: a busca por Floquinho, o cachorro do Cebolinha que sumiu.

O filme se inspira muito na graphic. Desde detalhes pequenos, como a primeira coelhada da Mônica atingir Titi sem querer; Xabéu, irmã de Xaveco, distrair Cebolinha e Cascão (que, por isso, acabam apanhando da Mônica); ou Cascão sugerir que Cebolinha invente um plano para encontrar Floquinho. Acontecimentos essenciais para a trama, como a briga da turma com os garotos da rua de cima e a busca pela floresta, também vieram da HQ.

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Quem assina o roteiro do filme é Thiago Dottori. Mas, segundo ele, com a ajuda de Daniel Rezende, diretor do longa. O roteiro também passou pelas mãos dos irmãos Caffagi e até pelo próprio Maurício. Apesar disso, como em toda adaptação, mudanças e acréscimos precisaram ser feitos para adequar a história a outra linguagem. Confira aqui, algumas delas.

Aparição do Louco

(Serendipity Inc./Reprodução)

“O que é a loucura? Hein, Cenourinha?” É com esse questionamento que Louco finaliza sua aguardada aparição em Laços. Um dos maiores burburinhos sobre o filme, que se originou na CCXP do ano passado, é que Rodrigo Santoro estaria no longa representando o personagem. Isso se confirmou. Mas, como o personagem Louco não está na HQ original, os fãs estavam curiosos para saber como ele se encaixaria no enredo.

“Queríamos trazer mais personagens do universo do Maurício, mas sem descaracterizar a história que construímos. O Dani [Daniel Rezende] sempre teve na cabeça que o Louco entraria no filme. Até porque todo mundo gosta do Louco, ele é um personagem único, ordem da loucura, do inconsciente,” diz o roteirista Thiago Dottori.

Apesar de Licurgo Orival Umbelino Casfiaspirino de Oliveira — vulgo Louco — ser realmente um bom personagem, Dottori se preocupou em fazer com que a aparição dele não fosse algo gratuito. E esse cuidado acabou rendendo uma das melhores cenas do longa: sem dar muitos spoilers, o encontro do personagem com Cebolinha é responsável por toda uma transformação do galotinho que troca as letras.

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A caracterização de Louco é quase uma transcrição literal dos gibis: a forma como ele fala, as poses que ele faz, os lugares em que ele surge, tudo foi milimetricamente pensado pelo roteirista: “fui muitas vezes à Mauricio de Sousa [Produções], na sala de acervo deles, para ler gibis e ter referências de como escrever. A cena dele foi a última a ser fechada no roteiro”, diz o roteirista.

Sem flashbacks

(Vitor e Lu Cafaggi/Reprodução)

Uma das coisas mais bonitas da graphic Laços são os flashbacks. Lu Caffagi colocou todo seu sensível traço em cores pastéis para aprofundar os laços apresentados na história: tanto a relação forte entre Cebolinha e Floquinho quanto o nascimento da amizade entre os quatro protagonistas, contando pela primeira vez como eles se conheceram.

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Em uma vibe Pixar, essas partes carregam a maior carga dramática dentro da trama, principalmente para os fãs de longa data da turminha. Mas essas cenas acabaram ficando fora do filme. “Chegamos a ter flashbacks no roteiro, nas primeiras versões. Mas você precisa tomar algumas decisões quando vai produzir, e tirar [esse elemento] foi uma delas. A gente achava que a história estava bem construída, que a relação deles já estava sólida o suficiente”, diz o roteirista.

Mas não pense que, com isso, a história perdeu sua carga emocional: o roteiro do filme contém uma série de conflitos que acaba consolidando a relação dos quatro protagonistas. A cena da encruzilhada, em especial, pode levar às lágrimas.

Laços literais – de fita

(Turma da Mônica Laços/Reprodução)

O nome Laços faz referência a algo bem poético na HQ: a forte relação de amizade entre os personagens. O longa não faz diferente. De acordo com Dottori, a amizade também foi o carro chefe do roteiro, focando em como a relação dos quatro é maior do que tudo, e como eles acabam superando seus limites um pelos outros.

Mas, o roteirista teve uma ideia para tornar o título um pouco mais literal: laços de fita. No filme, os protagonistas marcam o caminho na floresta amarrando laços de fita nas árvores – o que não ocorre na HQ. “Eu acordei com essa ideia. Percebi que combinava com a aventura deles na floresta, e essa marcação tinha que ser com os laços. É um elemento central que representa a conexão dos personagens”, diz o roteirista.

Vilão caricato e plano do final

(Serendipity Inc./Reprodução)

A graphic Laços até tem um vilão, mas ele só aparece no final da história, e acaba não sendo muito marcante. Para o filme, os roteiristas procuraram reforçar essa figura, se inspirando em filmes como Conta Comigo, Goonies Esqueceram de Mim. 

“O ajuste do vilão passou por um longo processo. Eu comecei com algo muito mais pesado, mas aí o Dani [Rezende] me orientou que eu estava indo longe demais, ele foi essencial para ajustar o tom. Definimos que é bom sentir o medo, mas também sentir a aventura. Não é um medo de terror, é um medo que criança gosta de sentir. Fica um vilão engraçado, divertido, você não odeia o vilão, e esse era o objetivo”, diz Dottori.

No filme, o plano final para resgatar Floquinho também é bem mais elaborado, digno de uma sequência de Esqueceram de Mim. Mas com a essência da Turma da Mônica: “eu trouxe a ideia de que cada um tinha que ter uma prova de amizade para o plano final dar certo”, resume o roteirista.

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