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A ameaça está no ar

No novo filme Contágio, uma pandemia mata milhões de pessoas em poucos meses - algo que, na teoria, não seria impossível de acontecer. De acordo com Larry Madoff, epidemiologista da International Society for Infectious Diseases, órgão que controla ameaças desse porte, um surto internacional mortífero é provável. Mas ninguém saberá antecipar data, velocidade e efeitos do contágio.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h06 - Publicado em 19 out 2011, 22h00

Francisco Quinteiro Pires

Confira a versão interativa do trailer no site oficial do filme.

Qual é a doença descrita no filme? Ela existe na vida real?
O MEV-1, vírus retratado pelo filme, causa febre e tosse, mas o sintoma mais grave é uma infecção no cérebro. Esse micróbio se baseia no vírus nipah, que existe e é compartilhado por morcegos, porcos e seres humanos – assim como no filme. Ele causa encefalite, pode ser transmitido do animal para o ser humano e entre os próprios humanos. A principal diferença é que o verdadeiro nipah não tem a facilidade de transmissão entre as pessoas igual à do MEV-1.

É possível que um vírus como esse sofra mutações e aumente sua transmissão?
Os vírus estão em constante mudança e ninguém pode prever com exatidão como eles sofrem mutações. Às vezes, os vírus mudam para se adaptar a um novo hospedeiro. Às vezes, os vírus adquirem genes de outros vírus ou do hospedeiro. Não podemos mesmo saber se o vírus nipah vai ficar mais contagioso, mas também não há razão forte o suficiente para dizer que ele não vai se tornar mais perigoso.

Por que as grandes epidemias – tanto da vida real quanto dos filmes – costumam ter origem no sudeste da Ásia?
Hong Kong se torna provável para a propagação de vírus por causa da abundância de animais nos mercados de rua, da densidade populacional e do fato de ser uma cidade cosmopolita. O mesmo acontece em outras partes do sul da Ásia. A Sars, por exemplo, se desenvolveu na China e se disseminou mundialmente a partir de Hong Kong. Os vírus da gripe se espalham dessa parte do mundo a cada ano, embora o H1N1 tenha aparecido no continente americano, em 2009.

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No filme, a vacina é descoberta em cerca de 6 meses. É um tempo razoável?
O desenvolvimento de uma nova vacina é muito difícil. Os testes exigem anos e anos para ser aprovados. A produção de quantidades suficientes para abastecer a população mundial também leva bastante tempo. O filme teve de reduzir o período necessário para cada uma dessas etapas.

Qual é o papel da internet no combate de uma epidemia?
Como toda ferramenta poderosa, a internet é uma faca de dois gumes. Ela é eficiente para o bem e para o mal. No meu trabalho, tentamos filtrar o livre fluxo de dados da internet para transmitir informações científicas precisas e transparentes sobre as epidemias. Ele se baseia em informações coletadas por colaboradores, médicos, epidemiologistas e fontes oficiais. A desinformação irresponsável pode circular rapidamente e ser muito danosa.

Quando há uma epidemia, o certo é avisar a população de todos os avanços da doença ou resguardar informações para evitar o pânico?
As pessoas devem ser informadas sobre a verdade de uma maneira objetiva e tranquila. Esconder informações do público só causará a descrença geral. Na maioria das vezes, a verdade vem à tona.

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