Adriano Silva
Faz algum tempo quero falar sobre a turma de designers da Super. Desde a reforma editorial, que veio à luz na edição de agosto, tenho recebido muitas mensagens de leitores. Há elogios e há críticas. E ambos têm me ensinado muito. Um aspecto da reforma da Super, no entanto, tem sido festejado em uníssono pelos leitores: a nova cara da revista.
O grande responsável pela Super mais bonita e atraente, arejada e arrojada, que você tem em mãos é o diretor de arte Alceu Nunes. Aos 30 anos, esse torcedor do finado Colorado F.C. pertence à geração que assistiu ao Sítio do Picapau Amarelo e à derrota da Seleção na Copa de 82. Que dançou com o rock nacional e com o baixo-astral da década perdida. Trata-se da última geração que freqüentou bailinhos de música lenta – a faixa Hard to Say I’m Sorry, do Chicago, era um must – e da primeira que teve o desabrochar sexual assombrado pelo fantasma da Aids. Tudo isso ajudou a definir, para o bem e para o mal, o jeito de pensar e de sentir de quem, como o Alceu e como eu também, chegou ao mundo na virada dos anos 60 para os 70.
Há cinco anos na Super, Alceu soube cercar-se de artistas talentosos, criativos, incansáveis na busca da melhor solução para ilustrar as matérias e as seções da revista. Esta edição é prova disso. Da capa à última página, passando pela reportagem principal que investiga se, afinal, os alimentos transgênicos são cura ou doença, percebe-se a grande capacidade da nossa turma de bem traduzir conceitos graficamente, de equilibrar com justeza textos e imagens, de trabalhar formas e cores com harmonia.
Esse apuro visual é patrimônio da Super. Mas está presente também em nossas edições especiais. Basta ler – e ver –, por exemplo, o especial Vida Hi-Tech – Você em 2050, que já está nas bancas. Ele conta como os avanços da tecnologia vão mudar radicalmente as nossas vidas. E está lindo. Reserve já o seu.
Joana, Celina, Luiz, Alessandra, Maurício, Rodrigo: parabéns. Alceu: muito obrigado.
adriano.silva@abril.com.br