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A História do Rock – Novo Metal

Iron e Metallica trazem mais peso à música. Guns e Bon Jovi tomam conta das paradas com o hardrock oitentista.

Por Ivan Pinotti
Atualizado em 2 set 2019, 13h04 - Publicado em 2 ago 2019, 13h02
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(PYMCA/Getty Images)

A segunda onda do heavy metal começou quando a primeira ainda não havia acabado – lá por meados dos anos 1970.
Se muitos dos pioneiros do rock pesado não se encaixavam no rótulo – Led Zeppelin era muito mais do que uma banda de hard rock –, a geração seguinte vestiu o figurino metaleiro sem nenhum pudor.

Literalmente falando, o visual desse pessoal foi uma de suas características mais marcantes. Calças justíssimas, jaquetas de couro, coturnos, tachinhas e todo o arsenal sado-masô.

Outra vertente, apelidada de hair metal, emprestava a maquiagem do glam rock e a combinava com uma cabeleira armada por toneladas de laquê.
No som e na temática, a maior referência para a new wave of heavy metal foi o Black Sabbath. A pauleira e a distorção admitiam pouquíssimas concessões – em geral, uma balada ou um número instrumental. O satanismo de filme B, com monstros cavernosos, múmias e lobisomens, dominou as capas de discos.

Foi a partir desse movimento que o metal se multiplicou em inúmeros subgêneros: black metal, speed metal, death metal, nu metal e até o viking metal.

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O Metallica começou como uma banda de trash metal e seu terceiro disco, Master of Puppets, de 1986, é sempre citado como um dos melhores desse estilo mais rápido e mais agressivo que o metal tradicional. Mas foi quando desacelerou suas músicas e se rendeu ao heavy que a banda estourou mundialmente. Era 1991 e o disco homônimo que ficou conhecido como Black Album teve cinco singles de sucesso, como “Enter Sandman” e “Nothing Else Matters”, e vendeu 16 milhões de cópias nos EUA. O Metallica é sempre lembrado por ter investido contra o primeiro serviço de download ilegal de músicas a se espalhar pelo mundo, o Napster, que, de certa forma, daria origem aos serviços streaming de hoje. A banda ainda estrelou o curioso documentário Some Kind of Monster (2004), no qual revelou suas entranhas durante a gravação de um álbum. A internação do vocalista e guitarrista James Hatfield por abuso de álcool e drogas levou o grupo a contratar uma espécie de psicólogo para melhorar as relações entre os integrantes. (Fin Costello/Getty Images)
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Maior banda brasileira de metal de todos os tempos, o Sepultura é também a que mais teve sucesso internacional. E seus discos não frequentaram apenas revistas de rock obscuras, mas jornais importantes como o New York Times (que elogiou Chaos A.D., de 1993) e o Los Angeles Times (que fez o mesmo com Roots em 1996). Ao lado dos anteriores Beneath the Remains (1989) e Arise (1991), esses discos formam a pedra fundamental do Sepultura, cujas canções de speed metal (subgênero rapidíssimo e difícil de tocar) passaram a ter influências de tambores indígenas e a tratar de problemas brasileiros, apesar de as letras serem cantadas em inglês. Em 1996, a saída do guitarrista e vocalista Max Cavalera encerrou a era mais influente da banda. O americano Derrick Green assumiu os vocais e Andreas Kisser ficou sendo o único guitarrista. Dez anos depois, o Sepultura sofreu outro baque quando Igor Cavalera também se desligou, restando Kisser e o baixista Paulo Jr. da formação original de Belo Horizonte. A banda seguiu lançando discos a cada dois ou quatro anos e, se sua influência internacional foi decrescendo, o mesmo não se pode dizer da base de fãs brasileiros, sempre um trunfo para o Sepultura. (Gabe Ginsberg/Getty Images)
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Após alcançar a fama cantando em três discos do Deep Purple, David Coverdale partiu em carreira solo e logo passou a liderar o Whitesnake, fazendo um metal de grande apelo comercial. O álbum homônimo de 1987, que trazia duas músicas regravadas do disco de 1982 (“Here I Go Again” e “Crying in the Rain”), estourou nos EUA e transformou a cabeleira de Coverdale em estrela mundial. Com muitas mudanças de músicos a cada álbum, o cantor é o único membro original do Whitesnake, que acaba de lançar um disco de grande sucesso na Inglaterra. Flesh & Blood, deste ano, chegou ao sétimo lugar nas paradas inglesas. (Santiago Bluguermann/Getty Images)
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As letras do Slayer falam de assassinatos, torturas, genocídios, satanismo, terrorismo, guerra e Josef Mengele. Isso fez com que diversos de seus álbuns fossem banidos em lojas e a banda sofresse uma série de processos judiciais. Mesmo assim, ou talvez por isso mesmo, tornou-se um dos grandes representantes do trash metal americano. Seu terceiro álbum, Reign in Blood, de 1986, aparece em qualquer lista dos melhores discos de metal de todos os tempos. (Theo Wargo/Getty Images)
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Inspirados pela toxina letal de mesmo nome, o Anthrax surgiu em Nova York como a única das quatro grandes bandas de trash metal da costa leste americana. As outras três, Metallica, Megadeth e Slayer, são da Califórnia. Seu terceiro álbum, Among the Living (1987), é festejado até hoje como o melhor do Anthrax por seu séquito de fãs. Nos anos 1990, a banda experimentou com outros gêneros, como o hip hop. Após um período de baixa, o vocalista da formação clássica, Joey Belladonna, retornou para gravar os dois últimos discos. Worship Music (2011) e For All Kings (2016) recolocaram a banda nas paradas. (Divulgação/Reprodução)
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O Guns nunca primou pela humildade. Axl Rose, o vocalista, é um encrenqueiro nato, tem opiniões controversas e é a encarnação da antipatia – numa passagem por São Paulo, o roqueiro atirou uma cadeira do mezanino do hotel, sobre repórteres que faziam plantão no lobby. Essa é a parte folclórica, que chega a ser engraçada. Depois de Appetite for Destruction (1987), o álbum que trouxe os hits “Welcome to the Jungle” e “Sweet Child O’ Mine”, a gravadora aproveitou o sucesso e lançou G N’ R Lies (1989). Tratava-se de uma demo de 1986 e mais quatro músicas novas, acústicas. Foi um sucesso instantâneo, com destaque para a baladona assobiada “Patience”. Aí o negócio começou a degringolar. O próximo lançamento, Use Your Illusion, demoraria mais dois anos para aparecer. O que atrasou o disco foram os problemas dos guitarristas Slash e Izzy Stradlin com heroína, e o distanciamento cada vez maior entre Axl e o resto da banda. E não era um disco comum. Era um álbum duplo em CD – mania de grandeza da turma do metal e do progressivo nos anos 1970 – vendido separadamente, com músicas longas e cansativas. Em vinil, eram dois álbuns duplos. Após o divertido projeto The Spaghetti Incident?, uma coletânea de covers, Slash e o baixista Duff McKagan desembarcaram. E aí Axl Rose embarcou na empreitada mais absurda da história do rock. Passou 17 anos burilando Chinese Democracy, que não fez 10% do estardalhaço que teria caso fosse feito em alguns meses. (Kevin Mazur/Getty Images)
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Quando surgiu, na primeira metade dos anos 1980, o Bon Jovi era uma típica banda de hair metal. Usavam cabelos longos e armados com laquê, rosto maquiado, adereços gigantes e roupas de Sidney Magal – algo como o Kiss na fase em que dispensou as máscaras. Mas a dupla ítalo-americana formada pelo cantor Jon Bon Jovi (apelido de John Bongiovi Jr.) e o guitarrista Richie Sambora era muito mais esperta do que os outros cabeludos da época – como o Ratt e o Wasp. Logo o Bon Jovi se descolou dessa galera e entrou para o superestrelato com o disco Slippery When Wet, de 1986. O álbum trazia aqueles que são até hoje os maiores hinos da banda: “You Give Love a Bad Name” e “Livin’ On a Prayer”. Ambas as faixas foram criadas em parceria com Desmond Child, um compositor profissional que trabalhou para artistas tão díspares quanto Alice Cooper e Ricky Martin. Entre separações e reencontros, os amigos Jon e Richie se firmaram como o maior produto cultural de New Jersey, depois de Bruce Springsteen e de Tony Soprano. (Ron Galella/Getty Images)
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Quem poderia imaginar que uma banda alemã de heavy metal pudesse ser levada a sério por roqueiros americanos, cantando em inglês com sotaque? Os Scorpions conseguiram essa façanha: já venderam a bagatela de 22 milhões de discos no mundo todo. Mas eles precisaram ralar muito antes disso. A banda foi fundada no longínquo ano de 1969, pelo guitarrista Rudolf Schenker. O primeiro disco, Lonesome Crow, saiu em 1972. Só em 1984 os alemães chamariam a atenção dos metaleiros americanos. Por incrível que pareça hoje, os Scorpions começaram a conquistar o mercado global pelo Japão – na década de 1970, aquele era um mercado fabuloso para o rock pesado, um lugar que atraía artistas do calibre do Deep Purple. O álbum Blackout, de 1982, atraiu alguma atenção nos Estados Unidos, mas a banda só estouraria por lá dois anos depois, com o lançamento de Love at First Sting. O maior responsável pelo sucesso foi o videoclipe da música “Rock You Like a Hurricane”. Depois disso, foram hits também as baladas “Still Loving You” e “Winds of Change” – esta, sobre a queda do muro de Berlim. (Paul Natkin/Getty Images)

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O Iron Maiden é puro pop, apesar de entregar um heavy metal de pouquíssimas concessões ao padrão radiofônico. Se o terror do Black Sabbath é um filme de Bela Lugosi, o do Iron é Evil Dead. Só diversão. Uma das chaves do sucesso do quinteto é o seu sexto integrante, Eddie. O bonecão-caveira acompanha o Iron desde o primeiro disco, de 1980, quando o vocalista ainda era um sujeito chamado Paul Di’Anno. Di’Anno não era ruim e até compôs, em parceria com o baixista Steve Harris, o primeiro sucesso da banda: Running Free, com um refrão pegajoso que agradou em cheio aos headbangers. Mas a entrada de Bruce Dickinson elevou o Iron a outro patamar. Além de cantar melhor do que o antecessor, Bruce é um monstro no palco. Com o novo vocalista, o Iron já estreou lançando o disco que seria o mais impactante de sua carreira: The Number of The Beast (1982), que traz a faixa homônima. O vídeo, que mostra Eddie no palco com os músicos, fez bastante barulho na pré-história dos clipes. No Powerslave (1984), a mascote Eddie apareceria encarnando um monumento egípcio. A brincadeira se repete, com outros personagens, em todas as capas do Iron: Eddie é piloto de caça, robô, alienígena e até a morte montada a cavalo. Sob o comando de Bruce e Steve, o Iron é um caso raro de banda que não perde o gás com a passagem do tempo. Suas excursões sempre atraem multidões de camiseta preta com a estampa do Eddie. Bruce Dickinson se tornou um guru do empreendedorismo que pilota o avião da banda. Tem até uma marca de cerveja Iron Maiden. (Dave Hogan/Getty Images)

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