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Barnum: O príncipe das falcatruas

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 29 fev 2004, 22h00

Cris Siqueira

Ele já foi chamado de “pai do pop”, “príncipe da falcatrua”, “avô da publicidade”. Amado por uns, odiado por outros, P.T. Barnum foi uma lenda em seu tempo. Empresário multimídia muito antes de existirem tantas mídias, Barnum chocou, entreteu e enganou o público por boa parte do século 19.

Phineas Taylor Barnum nasceu em 1810 no interior de Connecticut. Aos 25 anos foi tentar a vida em Nova York. Aceitava qualquer trabalho até descobrir que podia ganhar muito fazendo o que mais gostava: pregar peças nos outros.

A primeira grande falcatrua foi Joice Heth, uma escrava que dizia ter 161 anos. Barnum lançou-se como seu empresário e saiu em turnê exibindo “a mulher mais velha do mundo”, “ex-babá do presidente George Washington”. Sucesso total!

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Quando o interesse pela escrava começou a diminuir, Barnum enviou uma carta anônima a um jornal dizendo que a velha era uma fraude. Aliás, não era humana, e sim uma máquina feita de osso de baleia e couro velho. A mentira atraiu milhares que queriam ver de perto a mulher-robô. Barnum ficou rico e aprendeu uma lição: o público gosta de ser enganado.

Barnum viajou com aberrações até 1841, quando abriu um museu de curiosidades em Nova York. Uma das peças mais famosas eram os restos mortais da “Sereia de Fiji” – na verdade um torso de macaco costurado num rabo de peixe. A fama do museu fez de Barnum uma das figuras públicas mais conhecidas da época. Um de seus personagens, o anão “General” Tom Thumb, que dançava, cantava e fazia piadas, viajou o mundo e ganhou fãs como Abraham Lincoln e a rainha Vitória, da Inglaterra.

P.T. Barnum também é conhecido como o criador do circo moderno. Em 1867 ele montou sob uma tenda um show itinerante chamado de “O Maior Espetáculo da Terra”, que sobrevive até hoje no “Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus”. Sua principal atração era o elefante Jumbo, apresentado como o maior do mundo. Quando o animal morreu atropelado, Barnum mandou empalhar o bicho e continuou a apresentá-lo como se nada tivesse acontecido. A moda do elefante passou, mas seu nome tornou-se sinônimo de “grande” em inglês.

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Quando outros falsários se apresentaram, Barnum ultrapassou-os. George Hull, um arqueólogo que forjou a descoberta do gigante de Cardiff – supostamente um fóssil humano, na verdade uma escultura de gesso corroída por ácido – teve sua obra superada por um similar apresentado como “o verdadeiro” gigante. Ao ver as filas na porta do museu de Barnum para visitar a falsificação da falsificação, Hull disse a frase que entraria para a história como sendo de Barnum: “Nasce um trouxa a cada minuto”.

No final da vida Barnum foi prefeito de Bridgeport, Connecticut. Continuou ativo até morrer, em 1891.

O gigante de Cardiff ainda é exibido em Nova York, a 9 dólares por cabeça, enquanto a réplica de Barnum está num museu em Michigan. Algumas coisas não mudam: o público ainda gosta de ser enganado.

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