Festival Pint of Science completa 10 anos no Brasil. Saiba como participar
O evento leva pesquisadores e curiosos para bares com o intuito de realizar divulgação científica de forma descontraída.

Durante os dias 19 a 21 de maio, acontece a 10ª edição do festival Pint of Science no Brasil. O Pint é um evento global que reúne o público geral com pesquisadores em bares para falar sobre ciência de uma maneira acessível e divertida.
Neste ano 500 cidades de 27 países vão receber palestras regadas a drinks e petiscos. O Brasil é o país com o maior número de municípios participantes: 169.
O evento começou em 2012 na Inglaterra quando dois cientistas, Michael Motskin e Praveen Paul, organizaram um evento chamado “Conheça os Pesquisadores”. O objetivo era reunir pessoas afetadas por doenças como Parkinson, Alzheimer, doença do neurônio motor e esclerose múltipla em seus laboratórios, para aproximar os pacientes do tipo de pesquisa que vinha sendo realizada.
O encontro foi um sucesso e fez com que os dois pesquisadores estruturassem o evento para o ano seguinte. “Se as pessoas querem ir aos laboratórios para conhecer cientistas, por que não levar os cientistas até as pessoas?”, conta o site do festival. Em 2013, o Pint foi realizado no Reino Unido, em três cidades. Logo depois ganhou popularidade.
Aqui no Brasil, o Pint chegou em 2015 pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Agora, dez anos depois, Eduardo Bessa, coordenador nacional do Pint of Science Brasil e professor da Universidade de Brasília (UnB), diz que “estamos passando por um momento de muitas transformações no mundo. Além das acentuadas mudanças no clima, na temperatura e na vida no planeta, está se alterando também a forma como compreendemos o que é política, qual a ordem global do mundo, e temos nos questionado mais e mais sobre como funciona a ciência, a educação e as nossas universidades”.
É por isso que o evento deste ano tem o tema “Tempo de mudanças” e conta com uma parceria com o Instituto Clima e Sociedade. “Por muito tempo predominou aquele discurso de que a gente precisava fazer alguma coisa a respeito das mudanças climáticas porque senão, no futuro, não teríamos os ursos polares e afetaríamos a vida dos nossos bisnetos”, diz Bessa.
“O problema é que, agora, a gente já está sentindo na pele o que imaginávamos que aconteceria com os ursos polares e com os nossos bisnetos.”
Com a pauta do clima como fio condutor, cada cidade reúne temas distintos e descontraídos, como: “Mudanças climáticas e extinções: o que minha cerveja tem com isso?”; “Água e produção de carne: qual é a conta dessa mistura?”; “Entre Moléculas e Sabores: A Química dos Ingredientes”; “Do Fóssil ao Tinder: O Que a Evolução Tem a Ver com a Gente?”; “A Austrália não existe: por que acreditamos em coisas estranhas?”; “Na cabeça ativa” – do uso medicinal da Cannabis à justiça climática”; entre outras.
Para conferir os temas e quais cidades, bares, restaurantes e cafés receberão encontros, basta entrar no site do Pint of Science. A entrada nas palestras é gratuita.