Este homem encena a trilogia de O Senhor dos Anéis sozinho em 60 minutos
Batemos um papo com o inglês que vem ao Brasil para quatro apresentações
555 minutos, ou 9 horas e 15 minutos, se você preferir. Esse é o tempo que você levaria para ver (ou rever) a trilogia de filmes O Senhor dos Anéis. Se a ideia for ler os livros de Tolkien, então, o programa vai durar bem mais (mais ou menos 17 horas). Agora, um britânico chamado Charles Ross quer diminuir bastante esse tempo. Ele encena a história completa em apenas uma hora. E com um detalhe importante: ele faz tudo isso sozinho, é o único integrante do elenco.
O ator criou, em 2011, a peça One Man Lord Of The Rings. A ideia é ainda mais difícil do que parece à primeira vista. Além de fazer tudo sozinho e em um tempo limitado, Ross não se utiliza de nenhum tipo de artifício. Ou seja: na prática, o inglês usa apenas uma roupa preta como figurino e não existe nenhum tipo de cenário. Deu certo. O ator já se apresentou em 15 países desde então, acumulando elogios da crítica especializada.
Agora, no Brasil para quatro apresentações gratuitas em São Paulo, durante a 21ª Edição do Festival Cultura Inglesa. Em conversa com a SUPER, o ator falou sobre a ideia, suas técnicas para resumir a trama e sobre os próximos projetos.
SUPER: Você encena a trilogia de O Senhor dos Anéis em só uma hora? Como você consegue fazer isso?
CHARLES ROSS: Por meio de suor, arranhões e um desenho nerd de entreter. Além disso, antes de adaptar O Senhor dos Anéis, eu cheguei a produzir, por três, anos uma peça de um homem só sobre Star Wars, o que me deu uma preparação prévia.
SUPER: Os livros e filmes têm centenas de personagens. O que você faz para suprir isso sozinho?
C.H.: Os personagens individuais são fáceis de interpretar, porque eu estou tentando representar só um por vez. Eu mudo minha voz, minha postura. Quando eu estou encenando um exército de Urukai, a coisa é uma pouco mais abstrata. Eu uso minha voz para fazer o som do Urukai: as marchas, os gritos, e os barulhos que saem nas lutas.
SUPER: Tem alguma dificuldade que se destaca nesse processo todo?
C.H.: É me manter condicionado fisicamente. Só assim para eu não me machucar.
SUPER: A peça tem um tom bem mais humorístico do que o restante dos materiais que saem dessa mitologia. O humor acabou virando uma ferramenta pra suprir as dificuldades de tempo e elenco?
C.H.: A peça é 100% humor. Às vezes a piada é simplesmente o puro absurdo de eu estar vivendo esses personagens sem nenhum tipo de auxílio de fantasias ou cenários.
SUPER: E como essa ideia surgiu?
C.H.: Foi com essa primeira peça de Star Wars. A ideia parecia tão ridícula – pegar uma trilogia tão high-tech e reduzi-la a algo humano, elementar e simples. Me senti como uma criança.
SUPER: E você chegou a conhecer alguém do elenco dos filmes?
C.H.: Sim, Ian McKellen, Dominic Monaghan e Billy Boyd assistiram. Eles amaram. São todos, de fato, estrelas.
SUPER: Tem alguma imitação que o público tende a reagir melhor?
C.H.: É sempre diferente. Eu trabalhei duro para as imitações ficarem precisas, então eu acho que são todas legais.
SUPER: E existem outras histórias que você está planejando adaptar?
C.H.: Sim, eu estou começando One Man Stranger Things, One Man Cavaleiro das Trevas (sobre o Batman) e One Man Orgulho e Preconceito.
One Man Lord Of The Rings vai ser exibido gratuitamente nos dias 27/05 e 28/05, às 20h, na Sala Paschoal Carlos Magno; 30/05, às 20h15, no Espaço Cultura Inglesa-Santos; e 31/05, às 19h45, no Espaço Cultura Inglesa-Santana.