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Homens escreveram 80% dos livros mais populares da história

Apesar da diferença gritante, uma livro escrito por uma mulher foi votado como o mais popular de todos

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 15 fev 2019, 18h56 - Publicado em 15 fev 2019, 18h50

A livraria virtual Wordery fez um levantamento para saber quem escreveu o maior número de livros que costumam ser listados como os mais populares na história, homens ou mulheres. O resultado não surpreende: 80% deles são homens.

Usando dados do site de pesquisa Ranker, que questionou os usuários sobre os melhores livros da humanidade, o Wordery dividiu os títulos eleitos segundo o gênero dos escritores. Depois, eles verificaram se a lista de títulos (e autores) mais populares mudava quando levavam em conta só os votos de internautas mulheres, ou só os votos dos homens.

O vencedor do Pulitzer O Sol é para todos (To Kill a Mockingbird), da escritora americana Harper Lee, foi o livro favorito para o público geral. Lançado em 1960, a obra foi um sucesso imediato, tornando-se um dos maiores clássicos da literatura norte-americana. Ele deu origem a um filme homônimo, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 1962.

Quando a lista é separada pelo gênero dos “eleitores”, as mulheres continuaram com Harper no topo, mas os homens elegeram 1984, de George Orwell, como o melhor da história. Na lista de público misto, o clássico ficou em terceiro lugar.

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Observando o top10 final de cada gênero, as mulheres ainda estão bem mal representadas: apenas a obra de Harper aparece na lista masculina, e na feminina ela é acompanhada por Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen. Confira as listas finais por gênero:

Mulheres

Ranking Título da obra Autor Gênero
1 O Sol é para todos Harper Lee Feminino
2 Os Fantasmas de Scrooge Charles Dickens Masculino
3 Ratos e Homens John Steinbeck Masculino
4 Orgulho e Preconceito Jane Austen Feminino
5 O Senhor dos Anéis J. R. R. Tolkien Masculino
6 O Grande Gatsby F. Scott Fitzgerald Masculino
7 As aventuras de Tom Sawyer Mark Twain Masculino
8 As aventuras de Huckleberry Finn Mark Twain Masculino
9 1984 George Orwell Masculino
10 O Hobbit J. R. R. Tolkien Masculino

Homens

Ranking Título da obra Autor Gênero
1 1984 George Orwell Masculino
2 O Sol é para todos Harper Lee Feminino
3 O Senhor dos Anéis J. R. R. Tolkien Masculino
4 Ratos e Homens John Steinbeck Masculino
5 As aventuras de Huckleberry Finn Mark Twain Masculino
6
A revolução dos bichos
George Orwell Masculino
7 O Hobbit J. R. R. Tolkien Masculino
8 O Senhor das moscas William Golding Masculino
9 As Vinhas da Ira John Steinbeck Masculino
10 As aventuras de Tom Sawyer Mark Twain Masculino

Não dá para dizer que os livros das listas acima foram eleitos a partir de uma base lá muito igual de “competidores”. Afinal, não é à toa as mulheres têm menos livros dentre os maiores best-sellers do mundo – elas também tiveram bem menos obras publicadas na história.

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Imagine que você joga futebol, e vai dar início a uma disputa de pênaltis. Só que o juiz te informa que o outro time tem direito a 20 bolas, e você, só a 6. Se ambos os times acertarem 50% das cobranças, o talento dos jogadores de vocês é, supostamente, equivalente. Mas as pontuações finais vão ser totalmente diferentes.

Multiplique o número de bolas por todos os anos que os homens tiveram mais condições (inclua aqui: direito, dinheiro, abertura) para publicar livros do que as mulheres, e o que você terá é a disputa de pênaltis mais injusta do mundo. Mesmo Jane Austen e Mary Shelley, escritoras do século XIX, são exceções que confirmam a regra – para não falar das muitas autoras que escondiam seu gênero sob pseudônimos.

Um estudo do ano passado descobriu que autores e personagens femininos na literatura declinaram da Era Vitoriana até meados do século XX. Esses números, porém, são fruto de sua época, de todo um histórico que, pouco a pouco, tem mudado. Já vivemos uma realidade, em boa parte do mundo, na qual dá para dizer que o jogo de futebol está ficando mais racional. Mesmo assim, uma pesquisa de 2018 descobriu que as três principais editoras norte-americanas dedicaram menos de 40% de suas publicações às obras escritas por mulheres no ano anterior. E depois se perguntam porque as batedoras de pênalti vivem reclamando do juiz.

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