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Museu do Amanhã recebe exposição sobre a Amazônia

"Fruturos: Tempos Amazônicos" aborda desde a formação do bioma aos dias de hoje, junto às manifestações artísticas e biodiversidade da região.

Por Luisa Costa
16 dez 2021, 19h46

Fazer o visitante se sentir parte da Floresta Amazônica é um dos objetivos da exposição Fruturos: Tempos Amazônicos, que abre nesta sexta (17) no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

A exposição, cujo título é formado a partir de “fruto” e “futuro”, apresenta a diversidade presente na Amazônia, desde fauna e flora à cultura dos povos que ali habitam. Ela é construída a partir de uma narrativa temporal organizada em sete áreas e explora perspectivas para o futuro – como é comum entre as exposições do museu.

Teve muito estudo por trás da Fruturos. Os curadores da exposição recorreram a três viagens exploratórias – a primeira em 2017 – e a um time de dez consultores de diferentes instituições de pesquisa, muitos deles amazônidas, para entender e refletir sobre a história, riqueza e potência da região.

“Os pesquisadores com quem tivemos contato sempre nos diziam que, ao conversar com povos originários e tradicionais da floresta, grandes bibliotecas invisíveis se abriam na frente deles”, afirma Leonardo Menezes, curador da exposição, à Super.

O conhecimento adquirido a partir de pesquisadores e moradores foi a base para construir a Fruturos. “A gente percebeu que a Amazônia é feita de múltiplas camadas temporais, que coabitam e coexistem no território”, explica Leonardo. 

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As sete áreas que dividem a exposição – e podem ser vistas no site da Fruturos – exploram diferentes momentos da floresta. O visitante pode entender desde os milhões de anos de formação do bioma, na área “Tempos Amazônicos”, às transformações dos últimos 50, na área “Amazônia acelerada” – que aborda a construção de estradas e hidrelétricas; o crescimento desenfreado de centros urbanos; o desmatamento e o garimpo ilegal.

“Amazônia milenar”, por sua vez, é uma área focada na história e desafios atuais das populações indígenas, enquanto “Amazônia secular” conta sobre povos tradicionais, como comunidades ribeirinhas e quilombolas. Há um espaço para as manifestações artísticas desses e de outros habitantes dessa parte do Brasil em “Somos Amazônia”, que apresenta danças, festividades, literatura, música e culinária da região.

Foto de uma obra no museu do amanhã
“Fruturos” é construída a partir de uma narrativa temporal e se divide em sete áreas. (Albert Andrade/Divulgação)
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São mais de 50 objetos expostos – o maior número presente em uma exposição temporária do museu até agora. Entre eles, produções artesanais de comunidades indígenas (obtidas diretamente com elas) e ligadas a festas locais, como a corda do Círio de Nazaré.

Outros materiais exibidos foram produzidos por instituições de pesquisa que fizeram parcerias com o museu. Um exemplo é o som ambiente da Fruturos, de autoria do Instituto Mamirauá, da cidade de Tefé (AM).

Pesquisadores do instituto espalharam microfones por diferentes pontos da Floresta Amazônica para, a partir das vocalizações dos animais, acompanhar a população de diferentes espécies – percebendo flutuações nos números de indivíduos. Os sons gravados foram trazidos para a exposição, para que o visitante “escute a biodiversidade da Amazônia”, como aponta Leonardo Menezes.

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Os conteúdos são apresentados de diferentes formas: ora de maneira mais densa, a partir de textos, mapas e gráficos, ora de maneira lúdica, com jogos. Um exemplo é o “jogo do pirarucu”, em que o visitante aprende a contar peixes em um lago com base em conhecimentos tradicionais.

Foto de uma pessoa no museu do amanhã
A exposição conta com atividades interativas e lúdicas, como o “jogo do pirarucu”. (Anette Alencar/Divulgação)

Outro, em realidade virtual, aparece no fim da exposição. Neste, o visitante é colocado no lugar de um indígena e vai à floresta coletar frutos e pescar. Segundo Leonardo, a atividade foi desenvolvida a partir de conversas com Floriza Yanomami, liderança indígena que visitou o museu. 

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Fruturos ainda tem a área “Amazônias possíveis”, focada em cenários futuros para a região, pensados a partir de saberes tradicionais e do conhecimento científico. Há um espaço dedicado à Torre ATTO, por exemplo, observatório usado para pesquisas climáticas e localizado a cerca de 150 quilômetros de Manaus.

Foto de uma pessoa no museu do amanhã
“Fruturos” busca a imersão do visitante e pensa cenários futuros para a Amazônia. (Anette Alencar/Divulgação)

A Fruturos vai até 12 de junho de 2022 e, ao longo dos meses, vai se conectar a outras atividades realizadas no Museu do Amanhã, como seminários, o lançamento do catálogo da exposição e da sua versão digital, com conteúdos exclusivos que estão sendo produzidos.

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