Nos anos 60, uma libra de marfim valia cerca de 2,5 dólares no mercado internacional. Hoje, a cotação alcança 68 dólares – e o mundo consome anualmente 800 toneladas de marfim, o peso de mil Fuscas. Esses números indiferentes explicam por que apenas este ano 70 mil elefantes serão abatidos na África – e 10 mil filhotes perecerão por causa da morte de suas mães. Esses dados explicam também por que a população africana de elefantes, estimada em 1,3 milhão em 1979, está reduzida a pouco mais de 750 mil. O que as cifras não revelam é a outra face desse morticínio: tendo virtualmente esgotado os contingentes de machos adultos, donos das maiores presas, os caçadores estão eliminando indiscriminadamente animais jovens, fêmeas em idade fértil e até fêmeas mais idosas, que governam as famílias de elefantes. Isso acarreta Um efeito devastador sobre a rica organização social desses animais. “A espécie não corre risco de extinção nos próximos vinte anos”, calcula Cynthia Moss, que dirige pesquisas com elefantes no Quênia. “Mas seu modo de vida está sendo destruído a olhos vistos.”
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