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O primeiro filme de “Cats” é de 1998 (e é melhor que o de 2019)

A adaptação do famoso musical não foi bem recebida pela crítica. Antes dela, uma versão com atores fantasiados em cima do palco foi um sucesso de vendas.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 23 out 2020, 20h20 - Publicado em 27 dez 2019, 20h07

Entre o final controverso da saga Star Wars e o ataque à sede do canal Porta dos Fundos, outro assunto também foi destaque nesta última semana: o fracasso de Cats.

O filme, que estreou no Brasil no dia de Natal, tinha tudo para dar certo – ou pelo menos relativamente bem. Foi dirigido por Tom Hopper (de filmes como O Discurso do Rei Os Miseráveis); o elenco está cheio de astros da música e do cinema (Judi Dench, Ian McKellen, Idris Elba, Jennifer Hudson, Taylor Swift e por aí vai); e, sobretudo, é a adaptação de um dos musicais de maior sucesso da história.

Tinha tudo para dar certo, mas não deu. Uma semana antes de estrear por aqui, os críticos internacionais massacraram o filme. As reclamações eram tantas que os comentários acabaram viralizando – tamanho era o deboche. Um exemplo? “Cats é a pior coisa que já aconteceu com os gatos desde (o surgimento dos) cachorros”, título da resenha do site norte-americano Comics Beat.

Quase nenhum elemento escapou às críticas: direção, roteiro, cenários, perfomances…Mas o maior alvo, sem dúvida, são os efeitos especiais, que transformaram os atores em híbridos de gatos e humanos – cujo resultado é, no mínimo, peculiar. O assunto já havia vindo à tona quando o trailer de Cats saiu, em julho. Caso você não ainda visto, aqui está (por sua própria conta e risco):

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A internet, claro, não perdoou:

“Eu não sei por que todo mundo está reclamando sobre o CGI em Cats. Eu achei ótimo.”

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O gato subiu no telhado

Ainda é cedo para apontar todos os deslizes da produção do filme, mas alguns já começaram a aparecer. O diretor, Tom Hopper, revelou que a edição do musical foi finalizada horas antes da pré-estreia mundial. Sim, ele virou a noite terminando isso – assim como você com os trabalhos da faculdade.

Mas quem dera fossem apenas pequenos ajustes. Os efeitos especiais também não haviam sido finalizados, e o resultado ficou estranho: em uma das cenas, a atriz Judi Dech aparece caracterizada como a sua personagem, Old Deuteronomy, mas as suas mãos são de carne e osso. Dá até para ver um anel de casamento em um de seus dedos:

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Por conta disso, aconteceu algo inédito no mundo da sétima arte: Hopper encomendou uma cópia atualizada para ser redistribuída com as devidas correções. A Universal, distribuidora do longa, sugeriu que a substituição pela nova versão fosse feita o mais rápido possível – assim como num software de computador.

Cats estreou em 1981 em Londres, e foi para os palcos da Broadway no ano seguinte. Ele foi concebido por Andrew Lloyd Webber, o nome por trás de outros musicais clássicos, como Jesus Christ Superstar, Evita O Fantasma da Ópera. A história é inspirada em uma coletânea de poemas de 1939 do escritor americano T.S. Eliot, e narra a história de uma tribo de gatos chamada Jellicles, que todo ano precisa decidir, em uma noite, qual deles ganhará a chance de ter uma segunda vida.

O musical é considerado por muitos como um dos mais influentes das últimas décadas, e um dos responsáveis por abrir caminho para outras peças blockbusters que vieram em seguida, como Wicked, O Rei Leão, Os Miseráveise o próprio Fantasma da Ópera. Desde que foi lançado, a peça já arrecadou mais de US$ 3,5 bilhões, com versões apresentadas em diversos países, como Alemanha, Japão, Líbano, Israel, Turquia, Emirados Árabes, Argentina e Brasil.

O primeiro da fila

Talvez você não saiba, mas Cats (de 2019) não é o primeiro filme feito sobre a obra. Em 1998, foi lançada uma versão direct to video (diretamente para VHS/DVD) do musical.

Dirigido por David Mallet e produzido por Lloyd Webber, ele não reinventa a roda. Basicamente, é uma filmagem do espetáculo, com atores fantasiados e em cima do palco. Dá só uma olhada:

As filmagens duraram 18 dias, e foram feitas no Adelphi Theatre, um dos teatros de West End (a Broadway de Londres), mas sem a presença de plateia. O elenco foi composto por uma seleção de artistas das diversas montagens do show que haviam acontecido até então.

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Essa versão possui ligeiras mudanças em relação ao show: dura cerca de duas horas (40 minutos a menos que a peça teatral), tem dois personagens inéditos e trechos de algumas músicas cortados. A fita foi um sucesso de vendas, e foi exibida na televisão em diversos canais, como a PBS e a BBC.

Além disso, ela é mais bem avaliada que o novo filme. Em uma rápida comparação em sites agregadores de críticas, Cats (de 1998) tem nota 7,6 no IMDb, enquanto Cats (de 2019) possui um amargo 2,6. No Rotten Tomatoes, a primeira versão tem 81% de avaliação da audiência, enquanto a segunda tem 55%.

Talvez seja injusto comparar as duas obras. O primeiro Cats, no fim, é uma gravação (bem feita) de um espetáculo (bem feito), enquanto o longa deste ano é uma adaptação do musical para outra mídia – o cinema. Mas em meio a tantas críticas, memes e piadas, a discrepância das notas não deixa de ser mais um elemento tragicômico.

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