Vendedor de discos sofre. Chega o cliente na loja, e é um tal de “você tem aquela música… Só que não sei o nome…”. E aí seguem sílabas desconexas despejadas num arremedo de melodia. Um novo software se propõe a resolver situações assim, identificando canções até nos assovios e la-la-lás mais toscos. O Online Music Recognition and Searching (OMRAS) foi criado por um grupo de cientistas das universidades de Londres (Inglaterra), de Indiana e de Massachusetts (Estados Unidos). Antes dele, já havia programas de reconhecimento musical, mas que só funcionam quando analisam uma gravação já catalogada. Usuários de telefones celulares, por exemplo, podem acionar um dispositivo chamado Shazam ao ouvir uma música desconhecida no rádio do carro: o sistema compara o som com milhões de outros, armazenados num banco de dados online, e devolve o nome da música.
O OMRAS analisa a música em si. A melodia é digitalizada e submetida a processos que a transformam em um modelo matemático que contém a essência do som original – sem que sejam levadas em conta bobagens como estilo e qualidade. Esse resultado é acareado com outros modelos matemáticos de canções, até encontrar o par certo. Resumo da ópera: para o OMRAS, tanto faz se My Way é cantada pelo Frank Sinatra, pelos Sex Pistols ou por aquele seu tio que adora karaokê.