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Você não imaginava nada disso sobre o Alasca

Saiba tudo sobre uma das regiões mais incríveis do planeta

Por Rafael Sette Câmara, Abril Branded Content
Atualizado em 11 mar 2024, 11h28 - Publicado em 23 set 2016, 08h00

Quando surgiu o convite para conhecer o Alasca, Georg Steller não pensou duas vezes. Ele fez as malas e, como qualquer viajante, encarou a estrada. Ou melhor: o mar. Isso aconteceu em 1740, época em que as navegações se concentravam numa nova conquista – a tentativa de ir da Ásia à América pelo mar, cruzando o famoso Estreito de Bering, que liga os oceanos Pacífico e Ártico.

Tudo bem, naquela época esse estreito de 85 quilômetros de largura ainda não tinha esse nome – uma homenagem ao explorador Vitus Bering, que anos antes tinha descoberto a passagem e só não viu o Alasca por causa de um nevoeiro. Foi justamente para a segunda expedição comandada por Bering que o nosso Georg Steller, importante cientista alemão, se inscreveu. O objetivo era cruzar o estreito e dessa vez pisar na América a partir da Rússia.

Conseguiram em 20 de julho de 1741, numa ilha do Alasca que hoje se chama Kayak, por conta do seu formato. Ali Georg Steller catalogou várias espécies de animais e fez o que é considerado o primeiro contato entre europeus e os nativos daquela região. Um povo que vivia há milênios num dos cantos mais gelados da terra, se alimentando de focas, baleias e ursos polares. Capaz sobreviver num local onde o inverno não apenas chegou: não tem pressa para ir embora.

Há quem diga que esse é o relato da “descoberta do Alasca, mas o uso da palavra é impreciso e, claro, carrega marcas da colonização. O Alasca já era habitado há milênios. Uma das teorias mais aceitas sobre a chegada do homem ao continente americano diz que a migração se deu por ali, num momento em que o nível dos oceanos estava mais baixo e havia uma passagem por terra entre Ásia e América. Há também evidências de que outros exploradores já haviam pisado lá, como o navegador russo Semyon Dezhnev, que teria chegado ao Alasca quase um século antes de Bering.

Geleira no Alasca

“Só um monte de gelo”

Polêmicas de lado, o fato é que o Alasca foi conquistado pelos russos e mais tarde vendido para os Estados Unidos por cerca de 7 milhões de dólares. Muitos americanos criticaram a negociação, dizendo que a área era um monte de gelo e local de moradia para ursos – um dinheiro desperdiçado, disseram vários políticos.

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Hoje, além de ser uma importante reserva de petróleo e um destino turístico cada vez mais procurado, o Alasca é o maior estado norte-americano, com duas vezes o tamanho do Texas, o segundo da lista em área nos Estados Unidos. A população do Alasca, por outro lado, é pequena: são apenas 740 mil habitantes, mais ou menos o mesmo número de moradores de cidades como João Pessoa, na Paraíba, ou Santo André, em São Paulo.

Esquimós?

Eles ficaram conhecidos mundo afora como esquimós, certo? No entanto, para muitos nativos o termo é ‘meio geral’ e não envolve as várias culturas que se desenvolveram por lá.

São vários grupos na região, e só para dar dois exemplos, no Ártico vivem os inuítes, que habitam principalmente o Canadá e a Groenlândia, e os yupiks, que são maioria no Alasca e na Sibéria. Para contornar a questão nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama assinou uma lei que substituiu o termo por “nativo do Alasca” em toda legislação e comunicação federal.

Há duas explicações para o real significado da palavra. A primeira, aceita durante muito tempo, é que esquimó seria derivado da palavra skimatski, expressão que significa “comedor de carne crua”. Hoje, porém, a teoria mais aceita é de que o termo tem a ver com os sapatos usados pelos povos do Alasca para andar na neve, uma das características mais antigas dos nativos daquela região.

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Alasca

Conheça as principais caracteríticas dos povos da região quando os europeus lá chegaram:

Transporte e caça

Eles se locomoviam em trenós puxados por cachorros, capazes de alcançar 40km/h, e usavam caiaques de pele de foca para navegar e pescar.

Moradias

Elas também se adaptavam ao meio. Os nativos viviam em tendas feitas de pele e ossos de foca, que tinham o teto inclinado para evitar que o acúmulo de neve a derrubasse.

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E os iglus?

No inverno e em expedições, a residência ficava ainda mais, digamos, “exótica” aos olhos dos europeus. Eram os iglus, produzidos com blocos de gelo posicionados em espiral que se mantinham grudados devido à neve derretida com o calor feito com óleo de baleia.

Os iglus, que em seu interior mantém os termômetros em torno dos 15°C, logo ganharam as páginas de livros e transformaram o povo do extremo norte da América num dos mais conhecidos do planeta.

Sociedade

O ritual de iniciação que marcava a passagem da infância para a vida adulta era a caça ao urso, mas os jovens também aprendiam cedo outras atividades. Um nativo do Alasca costuma ser capaz de erguer um iglu em minutos, perícia que pode significar a sobrevivência em caso de tempestade.

Quentinhos

A base da moda no Alasca também eram as peles de foca e urso. Mascar o couro, que era curtido em urina, era responsabilidade das mulheres. Além de algumas manchas, a técnica garante roupas quentes, prontas para aguentar as temperaturas médias, que podem ficar em -30°C ao longo do ano, mas que facilmente chegam aos -45°C!

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Alasca

Atualidade

Muita coisa mudou com o passar dos anos, claro. O costume de comer carne crua, comum há alguns séculos e visto como forma de garantir mais nutrientes, ficou para trás. Em muitos lugares o trenó puxado por cães foi substituído por motos de neve – e os cachorros viraram animais de estimação. A caça também é controlada. Os nativos do Alasca têm permissão para caçar um número limitado de baleias e ursos por ano. E o aquecimento global pode logo mudar ainda mais a vida por ali.

Por outro lado, a localização isolada fez com que esses povos conseguissem manter sua cultura viva, e não é raro achar inuítes e yupiks que nunca tiveram contato com o mundo fora do Ártico. Para essas pessoas, a vida continua parecida com a dos primeiros nativos do Alasca, que há quase 300 anos se encontraram com uma expedição de aventureiros europeus.

FontesAdn (2016); UAF (2011); KTOO (2016); BBC (2008); Globo Repórter (2007); Mundo Estranho (2012); Aventuras na História (2010); 

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