World Trade Center , Arte sob os escombros
Uma perda especialmente dolorosa, porque cheia de ressonâncias simbólicas, foi a destruição do memorial às vítimas do atentado ao World Trade Center, de 1993.
Leandro Sarmatz
Ocolapso do World Trade Center sepultou um número enorme de obras de arte. Muitas companhias localizadas nos dois prédios mantinham acervos espetaculares.
Entre os tesouros perdidos nos destroços estavam uma formidável coleção de esculturas do francês Auguste Rodin (1840-1917) e uma gigantesca tapeçaria do espanhol Juan Miró (1893-1983), além de obras de grandes nomes da arte americana do século XX, como o escultor Alexander Calder, o pintor Roy Lichtenstein e a fotógrafa Cindy Sherman.
Estima-se que foram perdidos 100 milhões de dólares em arte. Uma das principais coleções de obras estava na financeira Cantor Fitzgerald, no 105º andar. A companhia, uma das mais penalizadas pela tragédia, com 600 funcionários mortos, mantinha o maior acervo particular do mundo das obras de Rodin. Ainda não há um número preciso, mas estima-se que mais de uma dúzia delas tenham sido perdidas.
Outras empresas que ainda choram as perdas humanas e lamentam o prejuízo artístico, como a Goldman Sachs e a Morgan Stanley, encarnam uma venerável tradição do empresariado americano: o mecenato. Muitos escritórios eram ornados com exemplares da melhor arte contemporânea. O banco J.P. Morgan, porém, teve uma boa estrela. Das 17 000 obras que coleciona em seus escritórios nova-iorquinos, apenas cinco litografias estavam no WTC.
Uma perda especialmente dolorosa, porque cheia de ressonâncias simbólicas, foi a destruição do memorial às vítimas do atentado ao World Trade Center, de 1993. A obra do escultor americano Elyn Zimmerman – uma fonte circundada por um muro contendo os nomes das vítimas daquele primeiro prenúncio de terror – foi destruída junto com a praça em que estava localizada. “Foi uma segunda perda para as famílias dos mortos”, diz Zimmerman.